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domingo, 5 de fevereiro de 2012

Visitando Kuala Lumpur na Malásia!


Saímos da linda cidade de Ao Nang (foto ao lado) na Tailândia  por uma agência que contratamos que nos levava de van até Hat Yai e depois um ônibus até Kuala Lumpur. Trata-se de uma viagem de 19 horas cruzando a península Malaia com estradas excelentes e o serviço de van e de ônibus muito bons. Encontramos muitos estrangeiros no caminho, eu diria até que 80% eram estrangeiros. Logo na fronteira da Tailândia com a Malásia havia um comércio muito grande, mc donalds, burger king, shopping...mas cadê a casa de câmbio?

Assim que acabamos de cruzar a fronteira o ônibus nos levou a um local para jantar, lá eu e o Mário conseguimos trocar algum dinheiro a muito custo e ficamos ao todo com 6 ringts malaios, isso equivale a 3 reais. Pensei comigo, vamos chegar na rodoviária e lá obviamente haverá uma casa de cambio! Nosso ônibus parou as 5h da manhã numa praça qualquer e não numa rodoviária, achamos super estranho isso. Qual não foi nossa surpresa quando vimos um monte de gente dormindo nas rua (duas primeiras fotos abaixo), não era uma ou duas pessoas, eram mais de 30 pessoas dormindo no chão da praça. Pensei comigo...ué, isso aqui é a Malásia? Isso aqui é o que chamam de tigre asiático?


Eu como vou muito ao banheiro já havia detectado um mc donalds onde eu pudesse ir e também alí vi um monte de gente dormindo nos sofás. O Mário tentou comprar um lanche e o mc donalds malaio não aceita cartão, só dinheiro. Não aceitar cartão de crédito é um sinal do atraso tecnológico, achei que eu tinha acabado de chegar numa província atrasada. Como se ainda não fosse o suficiente, nossos cartões de crédito e de saque não funcionavam de jeito nenhum. Para completar quase tivemos que dormir na rua junto com os malaios e os ratos que passavam pela rua. Por um instante eu achei que tivesse acabado de chegar numa cidade extremamente pobre do Brasil no pior cenário possível. Foi tensa e chocante nossa chegada a esse novo tigre asiático. Achei que o IDH da nossa viagem estava melhorando até porque o IDH deles é melhor que o do Brasil....mas de dia tudo muda de figura:

Essa é a famosa Petronas twin tower
Esse tipo de transporte é muito comum em Kuala Lumpur, são pequenos e passam muito perto dos prédios. São silenciosos, no Brasil isso é um escândalo visual, um projeto desse tipo é muito difícil de ser aprovado. Como falta espaço nessas cidades, não tem jeito, esse sistema de transporte funciona muito bem!

Esse é um banheiro bem típico da Malásia que encontramos desde a Tailândia até Singapura, deve ser os resquícios de antigamente, muito comum até mesmo nos hoteis. Achei estranho no começo mas depois até que me acostumei. Em alguns tinha até um balde de água que funcionava como descarga. Enfim, um banheiro bem provinciano....hehehehe mas interessante!


Olha a influência do Japão!!!! Takuxi!!!!!

Como chegamos na Malásia com 6 ringts, não tínhamos como pegar taxi, esperamos o metrô abrir e por sorte para nosso destino custava ao todo 2,40 ringts por pessoa. Falei para meu amigo Mário que chegamos no país em estado de penúria total. Nossa hospedagem foi excelente, nos recepcionaram muito bem e estávamos muito bem localizados graças a indicação do nosso amigo Roberto.

Kuala Lumpur é uma cidade com 1,6 milhões de habitantes e com uma região metropolitana de 7,2 milhões de habitantes. Não tivemos tempo suficiente para ver onde aqueles milhões se aglomeram porque só ficamos próximo da parte financeira futurista e linda principalmente com a Petronas Tower como principal cartão postal. 

Fizemos um city tour que permite uso de um bilhete por 24 horas de validade, muito bom mas basicamente só tem isso na cidade. Visitamos a China town, a little India e o mercado central deles. Sentimos de cara uma brusca diferença da Tailândia para a Malásia. Aquele aparente desenvolvimento modernoso matava o que mais gostamos de ver numa cidade: as pessoas. São pistas e mais pistas com pontes ligando a cidade e ao mesmo tempo matando a cidade. Onde as pessoas passeiam? Onde elas andam? Onde elas moram? Parecia uma cidade vazia que de tão aparente perfeição, só com prédios altos, espelhados e lindos. Só isso é a cidade?

Os bairro mais legais são o little India e a China Town, aliás parece que toda cidade asiática tem esses bairros. Ao lado sou eu no little India observando os arranjos de flores que eles vendem.

Começamos a achar que a cidade parecia ser muito fake. Acho que o que nos deixou confusos é que não sabíamos porque haviam pessoas dormindo na rua e aquela cidade aparentemente linda, foi muito estranho esse contraste, me pareceu até incoerente. De dia é uma coisa e a noite uma outra cidade obscura surge.  Estamos acostumados com contrastes no Brasil, mas não do modo como vimos em Kuala Lumpur. Por outro lado, na parte comercial que estávamos as pessoas consumiam muito, shoppings lotados de pessoas e com preços bastante atrativos muito equivalente ao padrão americano. Os malaios parecem gostar de ir ao shopping!

Mas nada como provar a gastronomia local para sentir um pouco mais da cidade e conseguimos no mercado central de 1808 comer comida malaia. Esse é um satay (espetinho) com arroz e um molho de côco com amendoim. Não sei se é malaio isso, mas na Tailândia também tem satay e em São Paulo também comi um prato bem parecido com esse no restaurante tailandes!

Abaixo sou eu começando a me cansar, não resisti em me estirar no banco do trem quando fomos para Batu Caves, um templo indiano na periferia malaia. Quando fomos para a periferia de Kuala Lumpur aí começamos a ver habitações mais normais e uma urbanização não tão acabada, aí sim começou a melhorar!

Abaixo são algumas fotos do templo indiano em Batu Caves, as escadarias são desafiantes mas os macaquinhos no meio do caminho são umas gracinhas.





É difícil concluir sobre a Malásia, mas Kuala Lumpur é uma cidade futurista e linda. Apresenta uma urbanização modernosa mas fiquei cheia de dúvidas sobre esse país e sua cidade. Tem como principal atração a Petronas Tower que é linda mesmo, mas é uma cidade para ficar no máximo 2 dias, muito pequeninha. Digamos que é uma cidade OK!

Por que fomos para Kuala Lumpur? Tínhamos que seguir para Singapura de onde partia nosso vôo de volta para o Brasil! Singapura agora em detalhes no próximo post!

segunda-feira, 14 de março de 2011

Números da matriz energética mundial e as usinas nucleares

No mundo inteiro a matriz energética de um país tem uma grande importância estratégica, pois está diretamente relacionada a produção industrial, ao funcionamento dos sistemas de transportes, a segurança com postes de iluminação, a saúde para funcionamento dos hospitais, a educação para funcionamento das instituições de ensino, ao lazer, ao comércio e a agricultura. Enfim, todo funcionamento de um país depende da matriz energética adotada.

O petróleo é hoje a principal fonte de energia do planeta seguida pelo carvão mineral e gás natural. Essas 3 fontes de energia não-renováveis juntas representam aproximadamente 90% da energia consumida no planeta.

A tabela acima mostra um comparativo da matriz energética do Brasil e do mundo, mostrando que o Brasil utiliza aproximadamente 50% da sua energia de origem renovável
(hidrelétrica + biomassa representada pelo álcool da cana-de-açúcar). Super vantagem ao Brasil, em alguma coisa tínhamos que ser bons! hehehe Muitos países podem sofrer com crise de fornecimento de petróleo, mas o Brasil sofrerá muito pouco.

Quanto a energia nuclear, o Brasil tem apenas 1% da sua energia proveniente de usinas nucleares, as usinas Angra 1 e 2 na cidade de Angra dos Reis. Confesso que ter conhecido o interior da usina Angra 2 na minha época da faculdade foi muito interessante.

Fiquei impressionada de saber como funciona uma usina nuclear e de todo sistema de segurança envolvido no processo. Eu fiquei com a sensação de que a usina nuclear é absurdamente segura, ocorre um desastre como vazamento só em casa de erro humano ou um desastre natural. As explicações dos técnicos foram tão convincentes na
época que eu cheguei a pensar que parecia a solução dos problemas do mundo...tamanho convencimento. Sabemos muito bem que a usina nuclear representa um perigo pois além do lixo nuclear, a radioatividade na atmosfera pode levar anos e até mesmo séculos para se dissipar.

Foi exatamente o que aconteceu no Japão, o terremoto abalou as estruturas da usina e em especial o sistema de resfriamento do gerador, que pelo que eu aprendi é a parte mais importante de um usina nuclear. Por isso eu tomei um susto quando vi um dos geradores da usina explodindo. Aproximadamente 23% da matriz energética japonesa vem das usinas nucleares, no Brasil 1% da energia vem das usinas nuclares.

Usina nuclear é típico de países desenvolvidos carentes de outras fontes de energia, tem um custo de instalação elevadíssimo, usa altíssima tecnologia, tem produtividade energética baixa e além disso é muito perigosa mesmo seguindo todas as regras de segurança internacional.

É assustador ver um país como o Japão passando por esse problema de vazamento, um país desenvolvido com tanta tecnologia e com sistema de segurança avançado...realmente me preocupa. Não acredito que seja um novo Chernobyl como está se falando mas não se poderá negar que a radiação já está provocando impactos locais nos moradores.

A mídia gosta de um catastrofismo e toda hora falam como se a radiação fosse chegar em todos os lugares do mundo, é o problema de vivermos num mundo globalizado em que a informação hoje chega em tempo real. Vivemos tempos em que o local e o global ainda se confundem, o velho problema da escala!

sábado, 12 de março de 2011

E a placas se movimentam...mais um capítulo para o Japão!

Eu como geógrafa tenho que dizer que o terremoto e o tsunami no Japão são pra mim um dos mais impressionantes que eu já acompanhei até agora. O terremoto é um fenômeno natural mas quando causa impacto nos seres humanos chamamos isso de desastre natural. Um dos países mais preparados para os dasastres naturais é o Japão e mesmo assim não impede que o pânico se instale nas pessoas e as perdas no sentido amplo da palavra.

Tem um museu em Tókyo que se chama Bosai Mirai Kan que registraram os principais terremotos e ensinam como proceder em situação de risco. Nesse museu tem simuladores de terremotos em escalas altas para tentar ensinar as pessoas a se proteger. Eu tenho loucura para conhecer um simulador de terremoto. Recentemente eu conheci um simulador de chuvas e trovoadas de dentro de uma casa...foi incrível, parecia absurdamente real e pode ser visto na exposição Água na OCA. Essas coisas me deixam enloquecida de emoção! A minha maior frustração foi estar em São Francisco nos EUA exatamente no dia que teve um terremoto e eu não senti nada!

Enfim, vou colocar aqui um resumo das explicações técnicas do que aconteceu no Japão que eu retirei do Serviço Geológico Americano:

"O terremoto de 11 de Março de 2011 (magnitude preliminar 8,9) perto da costa leste de Honshu, no Japão, ocorreu como resultado da pressão de falha sobre ou perto da zona de subducção entre a placa do Pacífico e a placa norte-americana.

Na latitude do terremoto, a placa do Pacífico move-se aproximadamente para o oeste em relação à placa norte-americama a uma velocidade de 83 mm / ano. A localização, a profundidade e o mecanismo focal do sismo de 11 de março são consistentes com o evento ter ocorrido falha como a propulsão associados a subducção ao longo desta fronteira de placas.

Observe que alguns autores dividem a região em várias microplacas que definem os movimentos relativos entre as maiores do Pacífico, América do Norte e as placas Eurásia, que incluem as microplacas Okhotsk e Amur, que são, respectivamente, parte da placa norte-americana e da placa eurasiana."

Eu amo o maior aglomerado urbano do planeta - Tókyo- e ao mesmo tempo o fato de estar tão próxima de grandes placas tectônicas. O Japão, no meu ponto de vista, tem uma geografia completa com todas as coisas boas e ruins. Não deve ser fácil viver num país sujeito a desastres naturais dessa proporção que causa um terremoto e pior ainda com um tsunami que as ondas podem chegar a 700Km por hora. Ainda bem que aqui no Brasil não sabemos o que é isso e nem saberemos. Quis a geodinâmica da Terra que o Brasil se estebelecesse no meio da placa! Ufa, mas isso não impede que tenhamos desastre natural como as chuvas e as enchentes! Ainda assim, o terremoto e o tsunami no meu ponto de vista são muito piores!

Infelizmente geologicamente falando, o Japão é um país condenado a morte! Quem disse isso foi um professor de uma universidade americana...eu apenas concordo com ele.

Fica aqui minha solidariedade aos japoneses e em especial aos 350 mil brasileiros que alí vivem!

domingo, 17 de outubro de 2010

As cidades mais caras do mundo!

Foi divulgado esse ano pela consultora Mercer um ranking das cidades mais caras do mundo, como eu só consegui ter acesso às 51 primeiras eu agrupei as cidades mais caras por continente, coloquei o ranking por continente e o ranking geral da consultora.

Na tabela acima temos que a cidade mais cara do continente africano e do mundo é Luanda, a capital da Angola. É um país em reconstrução que recebe muitos expatriados. Eu conheci alguns angolanos que moravam perto da Av. paulista e não achavam caro....haha acho que agora eu entendo os motivos! hehehe
Na América por incrível que possa parecer São Paulo é mais cara que Nova York e o Rio de Janeiro está apenas 2 posições atrás de NY. Para minhas amigas que estão voltando para o Brasil, preparem o bolso! Tá tudo muito caro por aqui, não existe mais pastel de R$1,50...agora é pelo menos R$3,00. Coisas da altíssima valorização da nossa moeda, mas eu acredito que o Real tá fora da REALidade...hehehe O jeito é se cadastrar nos sites promocionais que estão febre por aqui para conseguir os melhores preços! hehehe (peixe urbano, bom proveito, saveme, clube do desconto, clickon) aí sim, as coisas valem a pena!
Na Ásia temos Tókio como a cidade mais cara e a segunda no ranking geral, seguida pela importante cidade de Osaka e Nagoia em oitavo lugar representando o pequeno e forte Japão. Eu amo o Japão, é o meu país pequeno favorito! Mas as cidades chinesas vem com tudo!
Fiquei surpresa em saber que a cidade de Moscou é a quarta cidade mais cara do mundo! Na europa as cidades 3 das cidades mais caras ficam na Suiça: Genebra, Zurique e Berna. Que legal que já fui a Genebra, posso dizer que conheci a cidade mais cara da Europa...hehehe Foi o país de maior IDH que já visitei!
Na Oceania o óbvio mesmo e no Oriente Médio temos Tel Aviv entre as 19 cidades mais caras do mundo e a mais cara desta área. Pela posição deve ser bem parecida com São Paulo que é a 21. Finalmente quase no final da lista temos Istambul na posição 44, lugar que meus amigos vão visitar nas próximas férias e vão me trazer regalitos da Turquia...hehehe E o último na lista das 51 cidades é a provinciana Abu Dhabi que tirou São Paulo de sempre encerrar a Fórmula 1! hehehe Ok, a FIA entende que é preciso estimular outras áreas do globo mesmo que sejam áreas com mania de grandeza...hahaha
É isso, como os posts de rankings no meu blog fazem sucesso, espero que esse também seja um deles! :-)

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Surpresas geográficas!

Na foto tem o maior astro do basquete mundial, nada mais e nada menos que Michael Jordan. Foi perguntado a ele qual o fato que mais marcou a vida e ele respondeu que foi quando ele foi afastado do time da escola. Esse acontecimento fez ele ser mais determinado do que nunca para melhorar. Ele melhorou tanto que virou o maior esportista de todos os tempos.
Eu gostei tanto de ter lido isso essa semana que comentei com um dos meus melhores amigos geógrafo para falar do que eu tinha lido. Quando eu ia começar a falar do Michael Jordan, meu amigo me interrompeu e disse: "Já sei o que você vai falar, o Michal Jordan estudou Geografia na faculdade".
Eu tomei um susto tão grande...Eu realmente não sabia que ele era geógrafo e agora eu amo mais ainda o Michal Jordan! hehehehe

Cheguei em casa e fui investigar mais sobre essa assunto e encontrei mais surpresas na minha pesquisa.
O lindo inglês príncipe Willian também estudou Geografia na faculdade! Que linda descoberta e que foto linda que encontrei na internet! :)
Pena que eu não tive um companheiro de classe como ele, hoje eu poderia ser uma princesa...hehehe
Mas as surpresas ainda não acabaram, agora é pra falar de uma mulher simples e de uma riqueza de valores humanos mais extraordinárias que a a humanidade já produziu: Madre Tereza de Calcutá
Sim, ela ensinava Geografia na Índia! Que máximo!

Encontrei uma imagem e algumas de suas frases famosas. Para quem tem como trabalho lidar com o ser humano, entende exatamente o que ela quer dizer.
Essa pobreza do amor é mais grave e pandêmico do que se pode imaginar.
Se tem algo que me deixa realmente triste é quando eu encontro pessoas egoístas no sentido mal do termo, prepotentes, arrogantes, interesseiras, e aquelas pessoas com uma falta de bom senso incrível.
Mas como a grande Madre Teresa disse, a cura desse mal só pode ser fabricada dentro dos lares de cada um!
Enfim, o que há de comum entre Michal Jordan, Príncipe Willian e Madre Tereza de Calcutá: a GEOGRAFIA!
Espero que tenham gostado do post!

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

O que sobrou do Cerrado: Jalapão - lado A

Depois da Floresta Amazônica (que ocupa 50% do território), o Cerrado (que ocupa 24% do território) é o maior domínio morfoclimático que temos no Brasil. Nessa mesma latitude no continente africano encontramos o bioma Savana. O Cerrado lembra muito mas não pode ser chamada de Savana, embora ela em vários lugares aparece como "savana tropical". A biodiversidade desse domínio é altíssima, muito mais que as próprias savanas africanas.

O Cerrado é uma vegetação típica do chamado Brasil central, conforme mostra a figura ao lado. Mas "graças" a expansão agropecuária que começou no sul e avançou na direção norte do país, o Cerrado diminuiu territorialmente. Ao que tudo indica, essa expansão agropecuária já bate na porta e pede passagem para a Floresta Amazônica.

Nas minhas férias eu tive a oportunidade de conhecer o Parque Estadual do Jalapão no Tocantins que foi criado em 2001, o ano em que eu entrei na faculdade :-)

Como eu tive um amigo que estudou muito o Jalapão na época eu elegi como um dos lugares que merecia receber a minha visita! hehehe Graças a uma mega promoção da Passaredo, eu e meus dois querido amigos geógrafos nos aventuramos rumo ao Jalapão.
Conhecemos o estado do Tocantins que foi a última unidade federativa criada em 1989 e portanto a mais jovem de todos os estados brasileiros, tem apenas 21 anos.

Eu gostei muito de conhecer uma Vereda de pertinho, durante todo o passeio no parque era possível avistar várias veredas...essa ao lado foi a mais próxima que encontramos, é linda!

Vamos para a definição do Aziz Ab Saber :

"As veredas são corredores de formações herbáceas rasas no fundo de planícies. Formam, assim, os grandes caminhos naturais para a circulação de animal no interior do país."

Agora uma definição mais popular: "A vereda seria o equivalente ao oasis no meio do deserto" definição do meu amigo Marcelo! Adorei!

Os buritis, as árvores grandes ao fundo, são aproveitados para fazer doces, sorvetes, sucos e até mesmo cremes. Meu creme da Natura favorito por acaso é de buriti!

Enfim, o Parque Estadual é importantíssimo para a preservação do Cerrado. Não quero nem imaginar essa área sendo invadida pela agropecuária! Fico pensando nas áreas que já foram devastadas.

Não é a toa que o Brasil hoje é o segundo maior produtor de soja do mundo...soja essa que acabou com boa parte do Cerrado conforme o mapa acima.

Infelizmente o desenvolvimento econômico e preservação ambiental são grandezas inversamente proporcionais!

Termino o post com um trecho do livro "Grandes Sertões: Veredas" do Guimarães Rosa:

"o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas -- mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam. Verdade maior."

Acho que esse trecho se aplica muito bem aos lugares também!
PS:
1-Só nesse mês meu blog chegou a mais de 2.000 acessos...um número recorde! Obrigada pelos acessos! :-) ;-)
2- Aguardem o meu post sobre o lado B do Jalapão!

segunda-feira, 12 de julho de 2010

A maior usina hidrelétrica do mundo!

A maior usina hidrelétrica do mundo se chama Itaipu e pertecente a dois países, Paraguai e Brasil! É uma usina binacional! Muito se fala que a maior usina será a de Três Gargantas na China, sim a barragem deles será maior que Itaipu, mas a geração de energia nossa ainda será maior que a chinesa, a vazão do rio Paraná é maior.
Itaipu tem uma estrutura absurdamente perfeita para receber visitantes. Entre 1977 a 2009 já recebeu 15.327.520 provenientes de 188 países, mais que o população da cidade de São Paulo.

Há vários tipos de passeios desde o mais comum para ver a barragem até o que leva para conhecer as operações internas da usina. Eu obviamente queria conhecer tudo em detalhes.
Eu achei que seria difícil conseguir vaga para fazer o circuito especial, é possível ligar e reservar o dia e hora, o passeio mais completo dura 2h30 , vale muitíssimo a pena conhecer a usina com mais detalhes, eu particulamente adorei.
Essa foto do rio Paraná foi tirada a partir da barragem, do lado esquerdo é o lado brasileiro e ao fundo é a cidade de Foz do Iguaçu. A direita do rio é o lado paraguaio e ao fundo a Cidade do Leste. O tempo todo dentro da usina tem a divisa entre os dois países, é muito legal essa delimitação de fronteira dentro da usina. Há 3 mil funcionários na usina, 1500 brasileiros e 1500 paraguaios, tudo é 50% para cada lado.
Aproximadamente 20% da energia produzida no Brasil vem de Itaipu, o Brasil consome 95% da energia da usina e o Paraguay consome 5%. Mesmo com o 5% do Paraguay já supre 90% da energia no país e o restante vende ao Brasil.

O nome Itaipu significa: "A pedra que canta". Uma vez meu professor de recursos naturais me chamou a atenção na sala quando eu descrevia como era constituída a Calçada do Lorena na Serra do Mar (Ele disse: Geógrafa! pedra nããããão, rocha!) porque eu chamei uma rocha de pedra...por isso entendo que o certo da definição de Itaipu é: "A rocha que canta" hehehe Mas isso só geógrafos e geólogos entendem...como foram engenheiros que construíram eles falam errado mesmo...hehehe


Por falar em engenharia, Itaipu é uma das 7 maravilhas da engenharia moderna eleita em 1995 pela sociedade americana de engenheiros. As outras 6 maravilhas do mundo moderno segundo a engenharia são:
- Canal do Panamá
- Ponte Golden Gate em São Francisco
- Empire State
- Torre CN en Toronto no Canadá
- Eurotunel entre França e Inglaterra
- Diques de Maré na Holanda
Sinto que não será difícil conhecer todos os 7, eu já conheço 3 por enquanto...hehehe
Eu já havia conhecido a Usina Nuclear de Angra 2, a maior Mineradora de cobre no Chile e agora Itaipu. Itaipu foi o melhor que já conheci até agora, uma estrutura fenomenal e impressionante. Claro que a Golden Gate é impressionante também, adorei essa ponte!
Eu ainda quero conhecer a Vale do Rio Doce na Serra dos Carajás e uma Plataforma de Petróleo da Petrobras....hehehe! A Vale eu sei que dá pra conhecer...mas uma plataforma de petróleo acho que não até o momento.... :(
Enfim, seguirei aqui com mais posts nessa região fronteiriça entre 3 países, interessante esses limites geográficos na realidade.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Preparando sua própria viagem!

Adoro viajar, mas mais que viajar eu adoro planejar minhas próprias viagens. Nada contra agências de viagens mas eu gosto de montar meu próprio roteiro, mas para quem não tempo e paciência de pesquisar o jeito é optar pela agência. Já escutei também muitas pessoas dizerem que porque não conhece o lugar é mais seguro ir por agência, depende muito do lugar!
Claro que preparar sua própria viagem requer muitíssima paciência e muitas, muitíssimas horas na internet. Hoje em dia em tempos de globalização você encontra todas as dicas na internet é possível fazer as reservas e imprimir tudo previamente e chegar no local com todos os vouchers.


A regra número um de quem planeja sua própria viajem é não ter preguiça de pesquisar. Se a preguiça ou a falta de tempo baterem.....contrate uma agência e pague para alguém montar um roteiro pra você! Quando eu falo pesquisar não são 20 minutos na internet...são muitíssimas horas na internet durante muitos dias, semanas e até meses! A isso da-se o nome de paciência!

Com paciência a compensação vem na forma de economia e flexibilidade de mudar seu roteiro conforme a direção do vento ou como eu li em algum site "conforme o barril do do petróleo" hehehehe!

Bom, a minha dica é: viaje sempre e não tenha medo caso seus amigos não possam ir com você, todas as vezes que viajei sozinha eu conheci muito mais pessoas do que quando viajei com amigos. Já teve casos que eu me diverti muito mais com pessoas desconhecidas que havia acabado de conhecer que com amigos. Não existe uma regra, mas viajar sozinha permite você se abrir mais ao mundo e lidar com o imprevisível, mas acho que essa é uma das coisas mais legais da vida.



Eu aprendi isso com o tempo e conversando com muitas mulheres no meio do caminho que viajavam sozinhas e todas me passavam uma super tranquilidade. Mulheres normalmente tem um pouco mais de medo, mas eu conheci uma espanhola, uma argentina, uma americana, uma autraliana e uma mexicana que viajavam sozinhas, eu ficava impressionada com a independência que elas mostravam e como se fosse, e é mesmo, a coisa mais normal do mundo.
Outra coisa que é muito importante para mulheres que querem viajar sozinhas é: seja prática e não leve o mundo na mala. Eu sei que pra nós mulheres isso é dificílimo, mas é possível conciliar moda, praticidade, maquiagem em uma mala pequena. Isso também leva tempo para acostumar, as malas das estrangeiras que conheci acima eram super práticas, como eu também viajei muito com amigos homens eu acabei aprendendo a ser mais prática mas nem por isso ando desleixada, muito pelo contrário eu já sei exatamente as combinações que vou fazer. A indecisão faz nós mulheres querer ter opções e levar muitas peças, já faça as combinações mínimas antes de viajar, isso é ser prática!


Outra dica que eu dou é mesmo se você tiver um namorado para ajudar a carregar sua mala, não conte com ele, evite ao máximo pedir qualquer tipo de ajuda. Eu sei que seria lindo encontrar um homem gentil, mas parta do princípio que a regra não é essa! É duro mas precisamos ser realistas, não se iluda com uma gentileza masculina. Uma vez pode até ser...mas sempre é superestimar da capacidade masculina! Isso é ser uma mulher independente!



Pra mim uma viagem não começa no dia que eu embarco, mas sim desde as primeiras clicadas na internet, essa é a base fundamental para quem planeja sua própria viagem. Se for uma viagem longa e intercontinental o ideal é planejar com 8 meses a 6 meses de antecedência para conseguir passagens mais econômicas, funciona em 99% das vezes, já consegui promoções incríveis assim.


Em julho farei uma viagem diferente como nunca havia feito antes, será uma viagem multimodal, utilizando todos os meios de transporte possíveis: ônibus, trem, barco, avião, carro e possivelmente um caminhão ou um pau de arara...hehehe em 20 dias! Será também uma viagem Mercosul: Paraguai, Argentina, Uruguai e Brasil.

A Argentina é o primeiro país que vou viajar pela terceira vez! Eu amo a Argentina, é um país simples, mas incrível além de ser mais barato que o Brasil e ter uma excelente infraestrutura de transportes de ônibus e trem. Os ônibus da Argentina, na minha opinião, são infinitamente melhores que os ônibus dos Estados Unidos e da Europa, não é exagero isso! Ir pra Argentina é diversão na certa e lindas paisagens sem a menor sombra de dúvidas além de ser muito econômico. Baixo custo e muita diversão se chama Argentina! Conhecerei também o Paraguay e o Uruguay e chegarei ao meu 13 país!


No Brasil já percebi que sempre no final de junho tem sempre alguma promoção boa, acho que as passagens que não foram vendidas para as férias de julho eles colocam para a promoção. Eu procuro sempre estar ligada nas promoções como o que aconteceu no último final de semana que surgiu uma super pechincha para Palmas no Tocantins, essa por acaso eu recebi no meu email e no site da cia aérea nem avisava que teria essa promoção...hehehe Visitarei o pouco conhecido paraíso brasileiro chamado Jalapão, foto ao lado!!!!! Adoro encontrar um preço excelente para lugares muito distantes e paradisíacos, vou conhecer mais um estado brasileiro, meu 11 estado! Falta muito pra conhecer todos os 26 estados brasileiros, não cheguei nem na metade!

Enfim, esses são os planos e fica a minha dica para quem quer se aventurar a novas paisagens sem depender de agências e para as mulheres amam a independência e praticidade!
PS.: Faltam poucos dias para minha jornada pela minha linda América do Sul! hehehe

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Distribuição da pobreza no mundo

Hoje nós somos 6,8 bilhões de habitantes no mundo distribuídos geograficamente da seguinte maneira:
  1. 60% estão na Ásia = aproximadamente 4 bilhões
  2. 15% estão na África = aproximadamente 1 bilhão
  3. 13% estão na América = aproximadamente 923 milhões (sendo 342 milhões na América do Norte e 581 milhões na América Latina)
  4. 10% estão na Europa = aproximadamente 684 milhões
  5. 0,5% estão na Oceania = aproximadamente 34 milhões
Todos esses números são para tentar entender o que significa 1,4 bilhões de pessoas vivendo com menos de 1 dolar por dia. Esse é o dado do Banco Mundial em 2005, ou seja, 20% ou um quarto da população mundial vive na mais absoluta pobreza. Olhando para os números acima seria um pouco mais que a população do continente africano inteiro! Se você olhar para o mapa-mundi verá que esse número não é pouco!



Apesar desse número ser espantoso, em 1981 haviam 1,9 bilhões vivendo com menos de 1 dolar por dia, na época isso representava aproximadamente 40% da população mundial. Isso não significa que hoje a situação esteja melhor....mas sim menos pior! A tendência, segundo o Banco Mundial, é de redução da pobreza a longo longuíssimo prazo!


Olhando para o gráfico, a região que mais teve redução da pobreza foi o Leste Asiático e Pacífico nos termos do Banco Mundial, ou o mesmo que Sudeste Asiático.
O sudeste asiático é composto por Indonésia, Camboja, Filipinas, Laos, Malásia, Mianmar, Singapura, Tailândia, Brunei, Timor Leste e Vietnã.


A redução da pobreza nesta região está diretamente relacionada a instalação de indústrias multinacionais voltadas para exportação. Elas se instalaram na região aproveitando a oferta de mão-de-obra e para quem não tinha nada o pouco que essas indústrias pagavam já permitia sair das estatísticas da linha da pobreza.


Eu fico pensando....tem tanta desigualdade no Brasil e na América Latina, mas olhando para o gráfico, a pobreza sempre esteve em torno de 11,5% e 8,4%. Até que não estamos tão mal assim! A situação deve ser muito pior na África sub-saariana, sul da Ásia e sudeste asiático, tenho essa impressão apesar de não conhecer nada por aqueles lados.
Em 1981, 51,8% dos chamados países em desenvolvimento viviam abaixo da linha da pobreza, em 2008 foi para 25,2%. A China em 1981 tinha 84% e em 2005 foi para 15,9% da população vivendo com menos de 1 dolar por dia. A Índia em 1981 tinha 59,8% e em 2005 tinha 41,6% da população vivendo com menos de 1 dolar por dia. O Brasil tinha 8,8% em 1990 e 4,2% em 2005 vivendo com menos de 1 dolar por dia.

Enfim, essa é a distribução da pobreza no mundo em que vivemos.

OBS.: O dado da série do gráfico e do texto fazem parte do relatório de 2008 do Banco Mundial

domingo, 7 de março de 2010

Alguns números da agricultura brasileira

Até o momento eu não tinha escrito nenhum post sobre o meio agrícola, sempre falo de metrópoles, favelas.... agora vou corrigir essa falha!
É notícia hoje nos principais jornais do país que o Brasil é o terceiro maior exportador agrícola do mundo! Adoro rankings e esse me chamou bastante a atenção.
Os 10 maiores exportadores agrícolas do mundo em 2008 são:
1 - Estados Unidos: 139, 97 bilhões de dólares
2 - União Européia: 127,63 bilhões de dólares
3 - Brasil: 61, 4 bilhões de dólares
4 - Canadá: 54,07 bilhões de dólares
5 - China: 42,29 bilhões de dólares
6 - Argentina: 32,86 bilhões de dólares
7 - Indonésia: 31,66 bilhões de dólares
8 - Tailândia:31,66 bilhões de dólares
9 - Malásia: 27,8 bilhões de dólares
10 -Austrália: 26,14 bilhões de dólares
São dados da OMC, Icone e MB Agro e que também classificam o Brasil como o maior (número 1) exportador de Álcool, Café, Suco de Laranja, Carne de frango, Carne Bovina, Açucar e Fumo. Somos o segundo lugar na exportação de Soja, Farelo de soja e Milho e o quarto exportador mundial de carne suína.
Ou seja, o Brasil saiu da sexta posição em 2001 e agora é o terceiro maior exportador agrícola embora o potencial seja muito maior e o que produzimos é pouco em relação ao tamanho do nosso território. Os dados apontam para a a expansão agrícola e segundo a consultora o Brasil é a única grande agricultura tropical do planeta.

Vale ressaltar que União Européia não é um país, o somatório dos pequenos países europeus membros dá a eles o segundo lugar no mundo. Dentro da UE os mais fortes exportadores agrícolas são na sequência: 1-Holanda, 2-França, 3-Alemanha, 4-Bélgica, 5-Itália, 6-Espanha e 7- Reino Unido.
Como sou curiosa eu quis saber quem são os principais países compradores do Brasil e achei o ranking mas apenas dados por países referentes a 2007, mas já dá pra ter uma idéia.

Os maiores compradores de produtos agrícolas do Brasil em 2007 foram:
1 - União Europeia
2- Estados Unidos
3 - China
4- Russia
5 - Argentina
6 - Japão
7 - Irã
8 - Venezuela
9 - Hong Kong
10-Arábia Saudita
11 - Coréia do Sul
12 - Emirados Árabes
13 - Egito
14 - África do Sul
15 - Paraguai
16- Canadá
17 - Tailândia
18- Chile
19 - México
20 - Indonésia
Mas um dado referente a 2009 publicado essa ano 2010, já aponta para a China como o maior comprador de produtos agrícolas brasileiros, passando a UE e os Estados Unidos.

Espero que tenham gostado dos dados mundiais agrícola!
Bom, o meio agrícola não é o meu forte porque eu amo grandes metrópoles mas esse final de semana por coincidência ou não eu conheci o maior PIB agrícola do estado de São Paulo, a região de Itapetininga que fica a 120 Km da cidade de São Paulo. Admiro demais o meio rural, acho lindíssimo (fotos acima)pra mim tudo é novo...mal sei identificar as produções no meio da estrada...sou horrível pra isso. Já foi uma novidade comer uva no pé, ver um pé de pimentão e pepino...hehe e de quebra também conheci uma fazenda que produz queijos. Meu estado é enorme, uma cidade tão perto de Sampa lindíssima e muito rica!!!!! Há muitas coisas interessantes nas cidades pequenas e médias perto de Sampa!

O fato é que a metrópole de São Paulo não sobreviveria sem os produtos produzidos no meio agrícola! Viva o meio agrícola brasileiro e o seu enorme potencial ainda não explorado totalmente!

terça-feira, 2 de março de 2010

As zonas sísmicas da Terra

As zonas sísmicas do planeta estão representadas no mapa ao lado, as cores mais vermelhas indicam áreas mais instáveis e as cores mais claras as áreas mais estáveis.
É interessante observar que boa parte do território brasileiro está na cor branca, ou seja, sem riscos de alta sismicidade. Ponto positivo para a Geografia brasileira! Já é um problema a menos para nós, mas não significa que não tenhamos outros tantos de outra natureza. No Brasil um prédio só cai se a construção for feita de areia de praia.....feita por caboclos matutos espertos como já aconteceu no Rio de Janeiro, foi a caboclisse master! hahaha

Enfim, no Brasil as áreas mais instáveis do ponto de vista geológico basicamente são os estados do Acre e Rio Grande do Norte mas nada que assute. Um dado interessante é que no dia 11 de janeiro de 2010 teve um terremoto em Natal de 4,2 na escala Richter, mas nada que assuste também apesar de ser um tremor significativo. Até 4,9 na escala Richter acontecem mais de 6.000 em um ano...normalíssimo.

Se passar de 5 na escala Richter, aí sim nos preocupemos porque os estragos podem ser significativos. Alguns países não tem uma geografia tão boa quanto a do Brasil, é o caso do Japão e Irã por exemplo.

No ano passado teve 5 terremotos no Japão de 7.1, 6.1, 6.6, 6.7 e 6.8 na escala Richter e houve apenas uma fatalidade, além dos vários pequenos tremores habituais do Japão. O país está super preparado para os terremotos e vive bem mesmo estando numa área super instável. Apesar que eu li uma declaração de um professor de alguma universidade importante dizendo que o Japão é um país condenado a morte pois está entre 3 placas tectônicas. Pode até ser, mas talvez na nossa escala de existência provavelmente não veremos esse trágico fim.
Na série histórica do Japão, hoje com 127 milhões habitantes, desde 1891 a 2009 houve 198.350 fatalidades em 42 terremotos significativos no país.

No caso do Irã, 68 milhões de habitantes, o país tem linhas de falhas sujeitas a abalo sísmico em 90% do território, um país super instável geologicamente falando. Mas a Terra por lá parece mais calma, o último registro de terremoto de 6.1 na escala Richter nessa área foi em março de 2006 com 70 mortes.
Porém na série histórica do Irã desde 1891 a 2006 já morreram 622.157 pessoas em 31 terremotos significativos.
Olhando esses números parece que a situação do Irã é pior que a do Japão.
Quanto ao Chile, país com 16,5 milhões de habitantes, na série histórica foram 24 terremotos desde 1730 com 60.725 mortes contando as 723 fatalidades desse último que aconteceu no sábado.
Mesmo comparando com os números do Chile, o Irã me parece mais preocupante. Eu li em algum lugar que queriam trocar a capital do Irã porque a zona de risco era muito alta em Teerã...mas eu perdi a reportagem!
Olha como a geografia dos países é importante, os impactos podem ser enormes para um país e os países precisam saber se adaptar à Terra. Ao menos aqui no Brasil estamos mais protegidos deste problema, como diz o ditado Deus é brasileiro e eu complemento dizendo que ele deve descansar em algum dos diversos paraísos brasileiros! hehehe

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

A Geografia econômica em transformação

Aproveitando que ganhei de presente um livro interessantíssmo de Geografia econômica referente ao Relatório do Banco Mundial de 2009, uma forma que encontrei de agradecer é divulgar esse riquíssimo material, já que meu blog é acessado por todos os continentes.... e o meu post mais acessado é o das maiores favelas do mundo hehehehe
Na verdade não sei nem por onde começar, porque não consigo parar de ler e a cada leitura eu acabo pesquisando outras coisas e assim vai. O livro aborda muitos conceitos geográficos que eu acho importantíssimo em qualquer análise e na área econômica não poderia ser diferente: a questão da escala local, regional, nacional e internacional. É lindo ler textos que explicam os assuntos baseados em escala.

Eu leio muitos sites por aí que comparam o alfinete com uma serra elétrica (força de expressão) como se fossem as mesmas coisas....eu pensei até que eu era chata nas minhas análises de escala, mas se o Banco Mundial tem isso MUITO claro nos seus relatórios, então deve fazer algum sentido.

Vamos a alguns pontos destacados por mim do Relatório do Banco Mundial de 2009:
O mundo econômico não é plano
A distribuição geográfica da atividade econômica sob qualquer ponto de vista, é desigual, não importando a escala geográfica, mesmo para um país grande quanto para um país pequeno. Mesmo para países desenvolvidos e em desenvolvimento a paisagem econômica é irregular.

As favelas e a urbanização
O surgimento de favelas está relacionado a rápida urbanização e hoje de um quinto a um terço da população de uma cidade num país em desenvolvimento reside em favelas. Mas não podemos esquecer que Londres também já teve favelas no século XIX relatado por Charles Dickens em Oliver Twist publicado em 1838, as habitações eram super lotadas e os serviços públicos inadequados eram bem característico das cidades britânicas. Vejamos outros exemplos de favelas em algumas cidades interessantes:
....As favelas de Dublin estavam entre as piores da Europa, superadas apenas pelas de Glasgow.

....Aproximadamente 200 anos atrás, a baixa Manhattan tinha um lago chamado Collect que recebeu todo tipo de detrito industrial, abatedouro e etc. Em 1813 o terreno foi aterrado e em 1825 surge algo inteiramente novo.... primeira favela na América, a Five Points.

...Bolsões de pobreza emergiam em todas as parte da metrópole de Tóquio após a II Guerra Mundial.
Nenhum país cresce sem industrialização e urbanização, nenhum chegou a renda alta sem cidades vibrantes. A corrida para as cidades nos países em desenvolvimento parece caótica, mas necessária.

Erradicação de favelas, um exemplo bem sucedido

O exemplo que o relatório destaca é de Cingapura, um país que soube aproveitar do crescimento econômico rápido em um governo determinado no poder desde 1965 e bem coordenada em todos os níveis do governo. Hoje em 40 anos as favelas de lá desapareceram e hoje dá lugar a uma das cidades mais limpas e mais acolhedoras do mundo. Isso só foi possível com grandes reformas institucionais, desenvolvimento de infraestrutura, planos plurianuais, programa de remoção de favelas. Hoje 86% dos habitantes moram em lotes construídos pelo governo, ou seja, teve uma urbanização eficaz. Cabe lembrar que Cingapura tem a segunda maior densidade populacional do mundo.


Em busca de oportunidades

Segundo o relatório as pessoas normalmente se mudaram de lugares com uma geografia difícil para aqueles que ofereciam um clima mais agradável e melhores oportunidades econômicas. Um ambiente natural acolhedor favorece a concentração de pessoas e o desenvolvimento de atividades econômicas nesses luagres. Além disso, a migração independe de classe social.

Eu costumo até brincar que quem migra é provinciano....hehehehe só para não ficar tão sério esse post, mas faz sentido! Mas a migração faz parte da história da aglomeração e se estão intimamente ligados.

Em todas as escalas espaciais, a migração é a maneira encontrada pelas pessoas que investem em educação e qualificações para obter os retornos de seu investimento. A teoria econômica agora reconhece que os governos não deveriam tentar segurar as pessoas. A atração das forças de aglomeração em lugares prósperos é simplesmente forte demais para que qualquer medida contrária seja eficaz. Mas é fato que a migração da mão-de-obra contribui para o crescimento agregado.
Bom, está bom por aqui, tem muita coisa, escreveria vários posts. Se você gostou dessas informações, isso não é nada perto das 400 páginas do livro. Deixo abaixo a fonte e onde adquirir o livro.
Relatório sobre o desenvolvimento mundial 2009- A GEOGRAFIA ECONÔMICA EM TRANSFORMAÇÃO - THE WORLD BANK - Editora Singular http://www.editorasingular.com.br/