segunda-feira, 14 de março de 2011

Números da matriz energética mundial e as usinas nucleares

No mundo inteiro a matriz energética de um país tem uma grande importância estratégica, pois está diretamente relacionada a produção industrial, ao funcionamento dos sistemas de transportes, a segurança com postes de iluminação, a saúde para funcionamento dos hospitais, a educação para funcionamento das instituições de ensino, ao lazer, ao comércio e a agricultura. Enfim, todo funcionamento de um país depende da matriz energética adotada.

O petróleo é hoje a principal fonte de energia do planeta seguida pelo carvão mineral e gás natural. Essas 3 fontes de energia não-renováveis juntas representam aproximadamente 90% da energia consumida no planeta.

A tabela acima mostra um comparativo da matriz energética do Brasil e do mundo, mostrando que o Brasil utiliza aproximadamente 50% da sua energia de origem renovável
(hidrelétrica + biomassa representada pelo álcool da cana-de-açúcar). Super vantagem ao Brasil, em alguma coisa tínhamos que ser bons! hehehe Muitos países podem sofrer com crise de fornecimento de petróleo, mas o Brasil sofrerá muito pouco.

Quanto a energia nuclear, o Brasil tem apenas 1% da sua energia proveniente de usinas nucleares, as usinas Angra 1 e 2 na cidade de Angra dos Reis. Confesso que ter conhecido o interior da usina Angra 2 na minha época da faculdade foi muito interessante.

Fiquei impressionada de saber como funciona uma usina nuclear e de todo sistema de segurança envolvido no processo. Eu fiquei com a sensação de que a usina nuclear é absurdamente segura, ocorre um desastre como vazamento só em casa de erro humano ou um desastre natural. As explicações dos técnicos foram tão convincentes na
época que eu cheguei a pensar que parecia a solução dos problemas do mundo...tamanho convencimento. Sabemos muito bem que a usina nuclear representa um perigo pois além do lixo nuclear, a radioatividade na atmosfera pode levar anos e até mesmo séculos para se dissipar.

Foi exatamente o que aconteceu no Japão, o terremoto abalou as estruturas da usina e em especial o sistema de resfriamento do gerador, que pelo que eu aprendi é a parte mais importante de um usina nuclear. Por isso eu tomei um susto quando vi um dos geradores da usina explodindo. Aproximadamente 23% da matriz energética japonesa vem das usinas nucleares, no Brasil 1% da energia vem das usinas nuclares.

Usina nuclear é típico de países desenvolvidos carentes de outras fontes de energia, tem um custo de instalação elevadíssimo, usa altíssima tecnologia, tem produtividade energética baixa e além disso é muito perigosa mesmo seguindo todas as regras de segurança internacional.

É assustador ver um país como o Japão passando por esse problema de vazamento, um país desenvolvido com tanta tecnologia e com sistema de segurança avançado...realmente me preocupa. Não acredito que seja um novo Chernobyl como está se falando mas não se poderá negar que a radiação já está provocando impactos locais nos moradores.

A mídia gosta de um catastrofismo e toda hora falam como se a radiação fosse chegar em todos os lugares do mundo, é o problema de vivermos num mundo globalizado em que a informação hoje chega em tempo real. Vivemos tempos em que o local e o global ainda se confundem, o velho problema da escala!

domingo, 13 de março de 2011

Cultura da cerveja e a Alemanha

A cerveja como produção em larga escala oficialmente nasceu na Alemanha. Descobri ano passado a cerveja mais antiga do mundo a ser produzida em larga escala se chama Weihenstephan inventada por beneditinos para tomar no período da quaresma, fundada na Alemanha em 1040. Nos pubs de São Paulo, essa cerveja é facilmente encontrada, particularmente essa é a minha cerveja favorita!

Qualquer país pode produzir cerveja mas a lei norteadora de cervejas também é de origem alemã quando surge a primeira lei gastronômica, a Lei Alemã de Pureza de 1516 chamada de Reinheitsgebot. Esta lei é a mais antiga do mundo sobre a manipulação de alimentos e determina que a cerveja só pode ser produzida a partir da cevada, do lúpulo e da água.

Uma festa muito tradicional na Alemanha se chama Oktoberfest onde se realiza um festival da cerveja e a primeira aconteceu em 1520 em Frankfurt. Hoje a oktoberfest mais tradicional da Alemanha ocorre em Munique, chega a atrair 6 milhões de visitantes nas 3 semanas do evento.

Há várias oktoberfests espalhadas pelo mundo, principalmente nos lugares onde houve imigração alemã. No Brasil, a principal oktoberfest ocorre em Blumenau em Santa Catarina. No feriado do carnaval eu aproveitei que estava próxima dessa cidade e fui lá conhecer o local onde ocorre o evento.

Descobri neste estado a minha segunda cerveja favorita...a Eisenbahn. A fábrica da Eisenbahn fica em Blumenau e o dono é alemão, mas infelizmente não houve tempo suficiente para conhecer a produção....terei que voltar para fazer uma visitinha, provavelmente na próxima Oktoberfest! hehe

Viva a Alemanha por ter inventado a cerveja! Aliás, a minha rápida visita a este país já me deixou estremamente encantada com o povo alemão. Fui muito bem tratada e bem recebida pelos alemães, amei mais ainda o país quando encontrei diversos sucos naturais, coisa rara de se encontrar na Europa já que quase tudo alí é industrializado. E como se não fosse o suficiente, eu encontrei na Alemanha meu shampo favorito.....meus amigos quando visitam a Europa é quem sofrem para trazer minhas encomendas! hehe

Não deve ser a tôa que a economia alemã cresce, eles só produzem coisas boas!!!!

Viva a Alemanha e a imigração alemã no Brasil!

sábado, 12 de março de 2011

E a placas se movimentam...mais um capítulo para o Japão!

Eu como geógrafa tenho que dizer que o terremoto e o tsunami no Japão são pra mim um dos mais impressionantes que eu já acompanhei até agora. O terremoto é um fenômeno natural mas quando causa impacto nos seres humanos chamamos isso de desastre natural. Um dos países mais preparados para os dasastres naturais é o Japão e mesmo assim não impede que o pânico se instale nas pessoas e as perdas no sentido amplo da palavra.

Tem um museu em Tókyo que se chama Bosai Mirai Kan que registraram os principais terremotos e ensinam como proceder em situação de risco. Nesse museu tem simuladores de terremotos em escalas altas para tentar ensinar as pessoas a se proteger. Eu tenho loucura para conhecer um simulador de terremoto. Recentemente eu conheci um simulador de chuvas e trovoadas de dentro de uma casa...foi incrível, parecia absurdamente real e pode ser visto na exposição Água na OCA. Essas coisas me deixam enloquecida de emoção! A minha maior frustração foi estar em São Francisco nos EUA exatamente no dia que teve um terremoto e eu não senti nada!

Enfim, vou colocar aqui um resumo das explicações técnicas do que aconteceu no Japão que eu retirei do Serviço Geológico Americano:

"O terremoto de 11 de Março de 2011 (magnitude preliminar 8,9) perto da costa leste de Honshu, no Japão, ocorreu como resultado da pressão de falha sobre ou perto da zona de subducção entre a placa do Pacífico e a placa norte-americana.

Na latitude do terremoto, a placa do Pacífico move-se aproximadamente para o oeste em relação à placa norte-americama a uma velocidade de 83 mm / ano. A localização, a profundidade e o mecanismo focal do sismo de 11 de março são consistentes com o evento ter ocorrido falha como a propulsão associados a subducção ao longo desta fronteira de placas.

Observe que alguns autores dividem a região em várias microplacas que definem os movimentos relativos entre as maiores do Pacífico, América do Norte e as placas Eurásia, que incluem as microplacas Okhotsk e Amur, que são, respectivamente, parte da placa norte-americana e da placa eurasiana."

Eu amo o maior aglomerado urbano do planeta - Tókyo- e ao mesmo tempo o fato de estar tão próxima de grandes placas tectônicas. O Japão, no meu ponto de vista, tem uma geografia completa com todas as coisas boas e ruins. Não deve ser fácil viver num país sujeito a desastres naturais dessa proporção que causa um terremoto e pior ainda com um tsunami que as ondas podem chegar a 700Km por hora. Ainda bem que aqui no Brasil não sabemos o que é isso e nem saberemos. Quis a geodinâmica da Terra que o Brasil se estebelecesse no meio da placa! Ufa, mas isso não impede que tenhamos desastre natural como as chuvas e as enchentes! Ainda assim, o terremoto e o tsunami no meu ponto de vista são muito piores!

Infelizmente geologicamente falando, o Japão é um país condenado a morte! Quem disse isso foi um professor de uma universidade americana...eu apenas concordo com ele.

Fica aqui minha solidariedade aos japoneses e em especial aos 350 mil brasileiros que alí vivem!