segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Singapura: chineses, revitalização urbana e densidade demográfica

Esse é um lindo bebê singaporiano que faz parte dos 77 % de chineses enquanto grupo étnico nesse país. O inglês e o chinês são os idiomas oficiais do país. Os bebês sempre sorriem para mim...a mãe desse bebê me pediu para tirar uma foto com o filho dela, obviamente já pedi uma foto pra mim também...hehehe Fiquei com vontade de ter um bebê asiático...como os bebês asiáticos são fofinhos! Preciso relatar também  que estou surpresa com os homens asiáticos, eu sempre achei que o homem asiático é via de regra machista! Talvez eu tenha me deparado com a exceção, nas vezes que eu estava sozinha sem meus dois amigos homens eu pude reparar algumas situações de muita simpatia e gentileza. Me surpreendi definitivamente com os homens asiáticos!


Singapura tem a maior roda gigante do mundo mas o mais legal dessa foto são as habitações atrás da parte superior da roda gigante entre o viaduto. Na beira do rio tem as famosas habitações construídas pelo governo de Singapura quando antes as pessoas moravam em submoradias precárias, num português mais claro...favela ou em inglês slum!

Sim, Singapura já teve muita pobreza sem saneamento básico mínimo há muuuuuitos anos atrás, não inventei da minha cabeça...está no relatório do Banco Mundial com referências e tudo mais. Eu estava louca para ver essas habitações porque elas são muito parecidas com as habitações que foram criadas no governo do Maluf em São Paulo que se chamava "Projeto Singapura", é igualzinho mesmo aos de Singapura, inclusive as cores. Vimos o projeto original no país mesmo...hehehe pena que não chegamos mais perto para ver como está ao redor. Amo áreas revitalizadas, o que antes era precário hoje é habitável.  A foto ao lado é uma área totalmente revitalizada, fica o principal símbolo da cidade: o Merlion que é metade peixe e metade leão. Segundo o que eu entendi, representa o que antes era uma província de pescadores e hoje a força e a pujança de um leão.  Não tem mais a província de pescadores....mas o ar provinciano permanece na cidade que dizem que nova Manhatan da Ásia. A grande diferença é que Manhatan é cosmopolita e Singapura infelizmente não é, teria tudo pra ser mas nunca será cosmopolita..! É o que eu chamo de "falso cosmopolismo"...parece cosmopolita mas na essência é provinciana, afirmo sem o menor receio!

Conheci o museu das civilizações asiáticas em Singapura, fiquei enloquecida e apaixonada por esse museu. Percebi o quanto é importante para o país deixar registrado o que era o país e o que é, a idéia do antes e o depois é muito forte em Singaoura, adorei isso! Para quem é geógrafa não dá para olhar uma cidade como apenas uma cidade linda hoje, é preciso saber como era antes e como foi mudando...isso pouca gente dá importância. Brasil, Índia e China estão passando fortemente por esse processo, é assutador as mudanças que as cidades desses países vem sofrendo.

Acima é uma foto de uma estação de metrô lotadíssima. Singapura é simplesmente a segunda maior densidade demográfica do mundo com 6.814 habitantes por km2 considerando país. Para se ter uma idéia, Tókyo tem 14.000 habitantes por km2 e São Paulo tem 7.383 habitantes por km2.  Em Singapura eu me lembrei muito de São Paulo que é lotada também. A grande diferença é que em SP tem espaço para fugir da aglomeração...agora em Singapura que é uma ilhota...eles não tem opção e a cidade não tem para onde crescer. 

Ao lado sou eu no meio do aglomerado humano no metrô.  Não é tôa que tem um pessoal estressado alí, muita gente junta e espremida. Achei o metrô muito lindo e moderno, adorei! Singapura é um país 100% urbano, não tem nem 0,1% de área rural. Por causa desse probleminha de falta de espaço, eles são obrigados a importar TUDO inclusive a água. Depois de Singapura eu fico com a impressão que o Brasil é um exagero de país, tudo é tão superlativo aqui que não sabemos aproveitar o que temos. Quando penso que temos vários problemas na agricultura...em Singapura não tem nem como ter qualquer tipo de problema agrário, simplesmente se resolve importando tudo! Como em Singapura já estávamos quase no final da nossa viagem eu já estava sofrendo por ficar muito tempo sem comer queijo, sou viciada em queijo. Fomos num mercado local e encontrei queijo inglês...ai que alívio, saí do mercado e já comecei a matar saudade de queijo. Comi na rua mesmo, me parece que é proibido comer na rua...tive que comer meio que escondida.

É um país pequeno mas com muitos assuntos para escrever nos próximos posts! No útlimo post sobre Singapura eu faço uma conclusão e tentarei responder sobre a provocação do primeiro post...sobre a felicidade em Singapura!

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Singapura: impressões iniciais

Num vôo de Las Vegas para São Paulo conheci um senhor que viajou o mundo todo, pelo menos uns 30 países. Eu estava muito cansada mas não conseguia deixar de escutar suas aventuras e uma delas foi sobre Singapura. Ele ficou falando pelo menos 1 hora sobre essa cidade-estado Singapura e me descreveu que era uma cidade absolutamente incrível, linda, moderna porém no final ele me falou: "Singapura é perfeita mas tem um problema." Esse problema nos levou a mais uma hora de reflexão! hehe E foi exatamente esse problema que mais me motivou a conhecer Singapura. No final do post eu falo qual é o X da questão...hehehe 

Partimos de Kuala Lumpur para Singapura numa viagem de trem numa cama que custou 40 ringts malaio, o equivalente a 20 reais e durou 7 horas.  Uma viagem maravilhosa já que sou apaixonadíssima por trens, por mim eu viajaria o mundo todo de trem, foto ao lado. Foi o máximo fazer a imigração deitada na minha cama no trem!  Mas Singapura é tão pequena que assim que fizemos a saída da Malásia o trem cruzou uma ponte e chegamos na pequena ilha de Singapura. Aproximadamente 99% da viagem foi em território da Malásia! hehehe O 1% da viagem corresponde a Singapura!

A foto ao lado é do nosso trem cama de 20 reais! Dessa vez não tivemos a mesma surpresa que na chegada a Kuala Lumpur porque o meu grande e querido amigo Mário já havia comprado dolar de Singapura. Na estação não encontrei nenhuma casa de câmbio, ou seja, uma lição eu aprendi esses países da Ásia não tem casa de câmbio nos meios de transporte terrestre. Ponto positivo para a Bolívia e o Peru que TEM casa de câmbio na fronteira! hehehe

Assim que chegamos descobrimos que não há metrô conectado a estão de trem, pensei comigo...um país minúsculo não tem metrô ligado ao trem? O jeito foi ter que pegar um ônibus até o metrô e para minha surpresa eu já pude perceber de cara a altíssima densidade demográfica desse país, muita gente. Não parava de chegar gente no ponto de ônibus e os ônibus vinham lotado e nós com nossas malas no meio daquela multidão.

Não havia informação que tínhamos que ter moedas no ônibus, se a passagem é 1,20 e vc não tem moedas o jeito é pagar 2 dolares. O sistema não permite troco, olha que país incrível...tem um sistema INFLEXÍVEL.  No ônibus lotado lá fomos nós com nossas malas, as pessoas usam cartão tipo o nosso bilhete único e eu cheguei a ver algumas pessoas não pagarem a passagem...isso me chamou a atenção, mas é tanta gente que não sei se alguém controla quem paga ou não.

Isso porque se trata de um país com regras muito claras espalhadas por todos os cantos (foto ao lado), até a fruta típica deles "durians" é proibido de comer.

Chegamos no metrô e para mim seria um parto descobrir tudo o que o Mário em alguns poucos minutos descobriu, tinha que adquirir cartão em um lugar, depois carregar em outra fila e a estação lotada de gente apressada e muitas pessoas impacientes. Preciso fazer uma observação que o Mário tem uma capacidade e facilidade de se adaptar rapidamente aos lugares, em poucos minutos ele já era um nativo singaporense!

Chegamos no bairro Clark Quay e no nosso hostel, depois de subir 4 andares de escada eu cheguei na recepção e falei "good morning" e eis a resposta: "passport" do dono da hospedagem. Mal cheguei e o cara não consegue nem ao menos responder ao meu bom dia...isso já foi me deixando irritada. Expliquei que tivemos uma pequena mudança na reserva e avisamos com 30 horas de antecedência por email, mas o dono me explicou que de acordo com a REGRA eu teria que ter avisado com 48 horas de antecedência sobre a mudança da reserva e não com 30 horas. Aí foi o estopim pra mim, fiquei irritadíssima. É muito difícil eu me irritar e minha recepção em Singapura foi assim. Ficou muito claro como a princípio me pareceu um país com pessoas INFLEXÍVEIS. O sistema de ônibus ser inflexível é até compreensível...mas o ser humano ser inflexível...fiquei irritada.

Enquanto o Mário me esperava resolver o problema ele tentou sondar outra hospedagem mas até o Mário começou a se irritar com os singaporenses. Voltei e disse que teríamos que aceitar a regra mesmo contrariada mas só entraríamos no quarto as 14h e eram 9h da manhã. O Mário e eu fizemos questão de chegar as 14h para ocupar o quarto e qual nossa surpresa. As 14h o quarto não estava pronto...ou seja, contraditório num país de regras, só as 14h30 ocupamos o quarto. Nisso eu não parava de falar: Mário, estamos numa província e não num país, isso é uma província...

Mas nada como almoçar bem para relaxar desse stress inicial, passeamos pelo bairro China Town de Singapura e logo começamos a pirar com a diversidade de coisas e pessoas no local.

Até que finalmente encontramos um Hawker Center (foto ao lado) que são galpões tipo praça de alimentação que são MARAVILHOSOS, me encantei rapidamente pelos hawker centers.

Muito organizado, limpo e com comidas asiáticas bastante diversificadas mas o melhor de tudo, muito barato. Singapura não é uma cidade barata, é duas posições mais cara que São Paulo, mas a comida nos hawker centers são bem acessíveis.

Depois de almoçar, durmi a tarde toda porque eu já estava bastante cansada da viagem. A noite fomos caminhar nas proximidades do rio da cidade onde tem muitos bares e restaurantes, uma área revitalizada lindíssima.

Nessa região pude perceber a imensa quantidade de ocidentais, muito provavelmente são expatriados que trabalham nas multinacionais da região. Pude perceber a felicidade estampada na cara dos expatriados, rindo, bebendo, se divertindo em plena quarta-feira a noite com uma temperatura agradabilíssima.

Para fechar o primeiro dia em Singapura me deparei com casa noturna e obtive a informação que naquele dia mulher entrava de graça. Voltei mais tarde e tive outra surpresa, não só a festa era de graça como a bebida também....hahahaha Meu dia foi totalmente ganho, comecei a amar Singapura! Minha única festa da viagem foi de graça, me diverti muito. Meu equilíbrio que fui buscar na Ásia foi para o espaço nesta noite...hehehe Mas como diz a própria cultura asiática, não existe o equilíbrio sem os desequilíbrios! Ainda bem! hehehe

O X da questão sobre o problema de Singapura que o senhor me falou é justamente as pessoas que alí vivem, uma coisa são os locais e outra coisa são os expatriados. O senhor que me inspirou a ir a Singapura me falou a seguinte frase sobre os locais (e não sobre os expatriados):
"As pessoas não são felizes em Singapura". Fica a provocação e a reflexão. Isso requer mais um post!

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Visitando Kuala Lumpur na Malásia!


Saímos da linda cidade de Ao Nang (foto ao lado) na Tailândia  por uma agência que contratamos que nos levava de van até Hat Yai e depois um ônibus até Kuala Lumpur. Trata-se de uma viagem de 19 horas cruzando a península Malaia com estradas excelentes e o serviço de van e de ônibus muito bons. Encontramos muitos estrangeiros no caminho, eu diria até que 80% eram estrangeiros. Logo na fronteira da Tailândia com a Malásia havia um comércio muito grande, mc donalds, burger king, shopping...mas cadê a casa de câmbio?

Assim que acabamos de cruzar a fronteira o ônibus nos levou a um local para jantar, lá eu e o Mário conseguimos trocar algum dinheiro a muito custo e ficamos ao todo com 6 ringts malaios, isso equivale a 3 reais. Pensei comigo, vamos chegar na rodoviária e lá obviamente haverá uma casa de cambio! Nosso ônibus parou as 5h da manhã numa praça qualquer e não numa rodoviária, achamos super estranho isso. Qual não foi nossa surpresa quando vimos um monte de gente dormindo nas rua (duas primeiras fotos abaixo), não era uma ou duas pessoas, eram mais de 30 pessoas dormindo no chão da praça. Pensei comigo...ué, isso aqui é a Malásia? Isso aqui é o que chamam de tigre asiático?


Eu como vou muito ao banheiro já havia detectado um mc donalds onde eu pudesse ir e também alí vi um monte de gente dormindo nos sofás. O Mário tentou comprar um lanche e o mc donalds malaio não aceita cartão, só dinheiro. Não aceitar cartão de crédito é um sinal do atraso tecnológico, achei que eu tinha acabado de chegar numa província atrasada. Como se ainda não fosse o suficiente, nossos cartões de crédito e de saque não funcionavam de jeito nenhum. Para completar quase tivemos que dormir na rua junto com os malaios e os ratos que passavam pela rua. Por um instante eu achei que tivesse acabado de chegar numa cidade extremamente pobre do Brasil no pior cenário possível. Foi tensa e chocante nossa chegada a esse novo tigre asiático. Achei que o IDH da nossa viagem estava melhorando até porque o IDH deles é melhor que o do Brasil....mas de dia tudo muda de figura:

Essa é a famosa Petronas twin tower
Esse tipo de transporte é muito comum em Kuala Lumpur, são pequenos e passam muito perto dos prédios. São silenciosos, no Brasil isso é um escândalo visual, um projeto desse tipo é muito difícil de ser aprovado. Como falta espaço nessas cidades, não tem jeito, esse sistema de transporte funciona muito bem!

Esse é um banheiro bem típico da Malásia que encontramos desde a Tailândia até Singapura, deve ser os resquícios de antigamente, muito comum até mesmo nos hoteis. Achei estranho no começo mas depois até que me acostumei. Em alguns tinha até um balde de água que funcionava como descarga. Enfim, um banheiro bem provinciano....hehehehe mas interessante!


Olha a influência do Japão!!!! Takuxi!!!!!

Como chegamos na Malásia com 6 ringts, não tínhamos como pegar taxi, esperamos o metrô abrir e por sorte para nosso destino custava ao todo 2,40 ringts por pessoa. Falei para meu amigo Mário que chegamos no país em estado de penúria total. Nossa hospedagem foi excelente, nos recepcionaram muito bem e estávamos muito bem localizados graças a indicação do nosso amigo Roberto.

Kuala Lumpur é uma cidade com 1,6 milhões de habitantes e com uma região metropolitana de 7,2 milhões de habitantes. Não tivemos tempo suficiente para ver onde aqueles milhões se aglomeram porque só ficamos próximo da parte financeira futurista e linda principalmente com a Petronas Tower como principal cartão postal. 

Fizemos um city tour que permite uso de um bilhete por 24 horas de validade, muito bom mas basicamente só tem isso na cidade. Visitamos a China town, a little India e o mercado central deles. Sentimos de cara uma brusca diferença da Tailândia para a Malásia. Aquele aparente desenvolvimento modernoso matava o que mais gostamos de ver numa cidade: as pessoas. São pistas e mais pistas com pontes ligando a cidade e ao mesmo tempo matando a cidade. Onde as pessoas passeiam? Onde elas andam? Onde elas moram? Parecia uma cidade vazia que de tão aparente perfeição, só com prédios altos, espelhados e lindos. Só isso é a cidade?

Os bairro mais legais são o little India e a China Town, aliás parece que toda cidade asiática tem esses bairros. Ao lado sou eu no little India observando os arranjos de flores que eles vendem.

Começamos a achar que a cidade parecia ser muito fake. Acho que o que nos deixou confusos é que não sabíamos porque haviam pessoas dormindo na rua e aquela cidade aparentemente linda, foi muito estranho esse contraste, me pareceu até incoerente. De dia é uma coisa e a noite uma outra cidade obscura surge.  Estamos acostumados com contrastes no Brasil, mas não do modo como vimos em Kuala Lumpur. Por outro lado, na parte comercial que estávamos as pessoas consumiam muito, shoppings lotados de pessoas e com preços bastante atrativos muito equivalente ao padrão americano. Os malaios parecem gostar de ir ao shopping!

Mas nada como provar a gastronomia local para sentir um pouco mais da cidade e conseguimos no mercado central de 1808 comer comida malaia. Esse é um satay (espetinho) com arroz e um molho de côco com amendoim. Não sei se é malaio isso, mas na Tailândia também tem satay e em São Paulo também comi um prato bem parecido com esse no restaurante tailandes!

Abaixo sou eu começando a me cansar, não resisti em me estirar no banco do trem quando fomos para Batu Caves, um templo indiano na periferia malaia. Quando fomos para a periferia de Kuala Lumpur aí começamos a ver habitações mais normais e uma urbanização não tão acabada, aí sim começou a melhorar!

Abaixo são algumas fotos do templo indiano em Batu Caves, as escadarias são desafiantes mas os macaquinhos no meio do caminho são umas gracinhas.





É difícil concluir sobre a Malásia, mas Kuala Lumpur é uma cidade futurista e linda. Apresenta uma urbanização modernosa mas fiquei cheia de dúvidas sobre esse país e sua cidade. Tem como principal atração a Petronas Tower que é linda mesmo, mas é uma cidade para ficar no máximo 2 dias, muito pequeninha. Digamos que é uma cidade OK!

Por que fomos para Kuala Lumpur? Tínhamos que seguir para Singapura de onde partia nosso vôo de volta para o Brasil! Singapura agora em detalhes no próximo post!