quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Barco de Porto Velho a Manaus: Parte 5

Ver de perto ainda que de passagem o que existe nesse meião da Floresta Amazônica para mim não tem preço. Eu já amava essa floresta, agora meu amor pela Amazônia triplicou, como ela é linda. Eu fiquei com a  certeza que nenhum país tem tamanha riqueza natural como a nossa, sorry world! hehehe

Essa foto eu amei, tirei foto e filmei a dança de milhares de aves brancas já no rio Amazonas, fiquei encantadíssima. Aquilo que eu via pela televisão eu estava vendo ao vivo diante dos meus olhos!

No terceiro dia já terminamos o rio Madeira e entramos no rio Amazonas. O exato momento do encontro eu estava cochilando...que ódio! hahaha

A cor do rio mudou e já pegava muito sinal de telefone. Todos no barco mandavam notícias para seus familiares. Esse trecho é muito mais movimentando devido a ligação com Belém.

 Essa casinha de palafita no meio do rio estava abandonada, é possível ver perfeitamente o nível da cheia do rio Amazonas, dizem que foi a maior da história. Eu cheguei já com a situação se normalizado. Foi muito bom ter ido nessa época do ano, acho que numa próxima e se alguém me perguntar qual a melhor época para ir a Amazônia eu sugiro Julho.
 Olha que linda ave solitária no meio do rio Amazonas! Infelizmente eu não vi jacaré durante todo o trajeto. Só no meu penúltimo dia já em Manaus eu vi uma jacaré enorme num corrégo pertinho da estrada, eu mostro depois essa foto incrível!
 Essa casa já estava retomando a vida normal depois da cheia. O banheiro dessa casa é fora, ainda precisa ir de barco ao banheiro, adorei ver que existe isso.
 Olha o estrago que a cheia do rio Amazonas fez com a árvore acima, uma lavada geral!
Eu perdi as contas de quantas casinhas de ribeirinhos eu tirei foto, essa eu gostei bastante, dá pra ver direitinho o banheiro de fora, muito típico da Amazônia. Aprendi que as crianças ribeirinhas estudam em escolas e que existe uma espécie de barco escolar que pegam todas elas e leva para a escola. Os professores recebem um valor maior por trabalhar nessas áreas. Falei brincando ao marinheiro que eu poderia tentar uma vaga, ele morreu de rir, disse que eu jamais me adaptaria. O pior é que ele está certo! Mas Fernanda, pensa nisso, pra que ir a África, na Amazônia tem vaga e seria um experiência e tanto! hehehe

Termino aqui meu relato sobre essa viagem de barco, não contei nem 20% mas acho que já dá para ter uma idéia dessa viagem. Quase não precisei de repelente, só protetor solar. Não há problema algum com malária, havia muitos bebês e crianças no barco. O marinheiro me explicou que em 30 anos navegando pela Amazônia ele nunca pegou malária.
Na balsa eu tive a oportunidade única de conversar com várias pessoas de diversos lugares, uma delas pegou malária nas transamazônica quando era casada com madeireiro. Ela sobreviveu e teve 5 filhos...hehehe É super seguro, mas entendo que muitos tenham medo de pegar malária ou sofrer com os mosquitos. Muitos me falam: "Eu não vou a Amazônia por causa dos mosquitos e da malároa". Eu não vejo problema algum, ou meu corpo já se adaptou ou essa época do ano sem chuvas favorece a ausência de mosquitos, ou as duas coisas combinadas!

Eu só sei que eu voltarei a Amazônia muito mais vezes, tem vários lugares que quero conhecer. É fogo ter amigos que me falam de lugares interessantes justo para uma geógrafa apaixonada pela Amazônia! Quero muito fazer uma viagem pelo rio Amazonas pela Ibero Star, é caro mas é um transatlântico com tudo o que tem direito. Seria interessante ver uma situação oposta ao que eu vi nesses 4 dias!

Fico por aqui caros leitores, aproveito para agradecer os quase 100.000 acessos ao blog. Está muito difícil escrever aqui devido meus compromissos profissionais e pessoais que me tomam por completo em São Paulo. Estou com várias viagens profissionais e pessoais marcadas, corridas e trilhas...hehehe Não é fácil dar conta de tudo!

Próximo post: Manaus

Barco de Porto Velho a Manaus: Parte 4

Continuando sobre essa incrível viagem, posso dizer que foi a minha viagem mais longa com paisagens lindas e histórias de pessoas incríveis. Foram 4 dias de viagem, num total de aproximadamente 84 horas. Quando alguém me falar que uma viagem é demorada eu vou me lembrar dessas 84 horas...hehehe Agora 9h, 15h de viagem é fichinha pra mim!!!! Essa foto é uma de tantas que tirei, foram 4 dias observando as casinhas das populações ribeirinhas. Há muitos ribeirinhos e casinhas dos mais diversos tipos. 
Claro que também teve um lado B, o barco estava com excesso de carga desde a saída em Porto Velho. Quando chegou na primeira cidade, Humaitá já no estado do Amazonas para minha surpresa entraram mais passageiros e mais carga. Não estava acreditando no que via! hahaha

Mas para minha alegria temporária logo chegou um barco policial com a sirene parando a nossa balsa, eu fui lá ver bem de perto o que estava acontecendo. Nossa balsa foi multada por excesso de peso e deveria retirar a carga até o limite de segurança autorizado pela marinha brasileira. Foram 5 horas parados no rio em Humaitá para nada. Aconteceu a seguinte situação: a dona contratou um barco e começou a retirar as batatas e até alguns passageiros ajudaram para ir mais rápido, mas assim que os policiais foram embora adivinhem....sim, colocaram as batatas novamente no barco! Eu simplesmente não acreditava na situação, pensei comigo, seja lá o que Deus quiser! Passou na minha cabeça como eu deveria proceder no caso do barco afundar, me agarrar no colete junto com minha mãe e esperar chegar na margem ou ser devorada pelas piranhas ou jacaré. Ao menos eu morreria junto com minha mãe! hehehe Dava muito medo quando pela madrugada chovia forte mas graças a Deus sobrevivemos, foi muito bom pisar em terra firme!

Essa foi uma das coisas que mais gostei de ver e saber que existe no meio do rio Madeira. A foto mostra uma área de garimpo, extração de ouro, são verdadeiras fortalezas, ninguém nem se atreve a chegar perto deles, eles são como se fossem máfia, ninguém mexe com eles e a estrutura dentro é muito luxuosa, embora olhando de fora não parece. Uma grama de ouro vale 90 reais, eles tiram toneladas, tem aviões particulares e tudo mais. Quem me contou isso foi o marinheiro super paciente em me explicar tudo o que eu perguntava!

Esse mesmo marinheiro me explicou que a balsa não tinha como afundar, era muito segura e que os barcos vão com excesso de peso mesmo, é normal! Para minha cabeça paulistana, e portanto chata, é duro aceitar essa situação.