Um causo interessante da genética!

A genética é uma área do conhecimento incrível, eu sou só uma curiosa do assunto, fico paralisada ouvindo todos os detalhes das explicações de meus colegas de trabalho. Como a coisa está avançada e ainda vai avançar muito mais. Eu faço o papel daqueles alunos de 5 série que ficam: mas por que? como assim? hahaha Ainda bem que eu sou geógrafa e posso numa boa fazer essas perguntas, principalmente pra quem os conhecimentos de genética só chegavam até os cruzamentos mendelianos clássicos.

Que os hábitos de vida de uma pessoa que toma muito refrigerante, batatas fritas, falta de atividade física resultam em um convite a obesidade, isso todo mundo sabe. Acontece que a ciência está além disso, será que a má alimentação dos pais passam aos filhos. Mulheres nos primeiros estágios da gravidez devem ter cuidado redobrado com os hábitos alimentares, isso é fato. Comer um big mac no período de gestação não fará bem ao bebê, não que isso seja uma idéia lamarckiana e que o filho quando crescer só comerá big mac porque adquiriu essa característica da mãe. A epigenética é uma subdisciplina da genética que tenta achar respostas de como os filhos podem herdar e expressar características ou que características podem ser anuladas.

Vamos exemplificar com esse fofo camundongo ao lado. Camundongos amarelos gordos vem de uma longa linhagem de camundongos amarelos gordos, eles tem um gene chamado agouti que lhes dão essa cor e a tendência a serem mais gordinhos. Os casais de camundongos amarelos gordos terão vários camundonguinhos amarelos gordinhos, sem grande novidades até aqui. Isso até que cientistas resolveram separar as mamães camundongas prenhas em dois grupos. Em um grupo as mamães camundongas tiveram um pré-natal monitorado, alimentação normal mas tomaram suplementos de vitamina (B12, ácido fólico, betaína e colina) e no outro grupo nada foi feito. Isso se chama estudo de caso-controle. Os resultados abalaram o mundo genético. Os camundongos bebês das mães que receberam as vitaminas nasceram marrom e magros e num exame genético os genes dos bebês eram iguais ao dos pais, incrível não? Os bebês camundonguinhos marrons e magros continuavam a ter o gene agouti que os tornariam amarelos gordinhos dos pais mas é como se os suplementos alimentares tivessem desligado a manifestação dos genes agoutis, as substâncias químicas haviam se ligado ao gene e suprimido suas instruções. Isso se chama metilação do DNA, um composto do grupo metil se liga a um gene e altera sua expressão, sem que haja alteração efetiva do DNA.

Isso comprovou ainda mais a importância da alimentação das mães nos meses de gravidez, principalmente no início e com a genética foi possível saber como essas manifestações acontecem, legal né? Espero que pra quem é leiga como eu tenham entendido alguma coisa.

Enfim, a prosa iria longe mas fico por aqui e atenta às novidades genéticas e da ciência para postar no blog!