segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Singapura: impressões iniciais

Num vôo de Las Vegas para São Paulo conheci um senhor que viajou o mundo todo, pelo menos uns 30 países. Eu estava muito cansada mas não conseguia deixar de escutar suas aventuras e uma delas foi sobre Singapura. Ele ficou falando pelo menos 1 hora sobre essa cidade-estado Singapura e me descreveu que era uma cidade absolutamente incrível, linda, moderna porém no final ele me falou: "Singapura é perfeita mas tem um problema." Esse problema nos levou a mais uma hora de reflexão! hehe E foi exatamente esse problema que mais me motivou a conhecer Singapura. No final do post eu falo qual é o X da questão...hehehe 

Partimos de Kuala Lumpur para Singapura numa viagem de trem numa cama que custou 40 ringts malaio, o equivalente a 20 reais e durou 7 horas.  Uma viagem maravilhosa já que sou apaixonadíssima por trens, por mim eu viajaria o mundo todo de trem, foto ao lado. Foi o máximo fazer a imigração deitada na minha cama no trem!  Mas Singapura é tão pequena que assim que fizemos a saída da Malásia o trem cruzou uma ponte e chegamos na pequena ilha de Singapura. Aproximadamente 99% da viagem foi em território da Malásia! hehehe O 1% da viagem corresponde a Singapura!

A foto ao lado é do nosso trem cama de 20 reais! Dessa vez não tivemos a mesma surpresa que na chegada a Kuala Lumpur porque o meu grande e querido amigo Mário já havia comprado dolar de Singapura. Na estação não encontrei nenhuma casa de câmbio, ou seja, uma lição eu aprendi esses países da Ásia não tem casa de câmbio nos meios de transporte terrestre. Ponto positivo para a Bolívia e o Peru que TEM casa de câmbio na fronteira! hehehe

Assim que chegamos descobrimos que não há metrô conectado a estão de trem, pensei comigo...um país minúsculo não tem metrô ligado ao trem? O jeito foi ter que pegar um ônibus até o metrô e para minha surpresa eu já pude perceber de cara a altíssima densidade demográfica desse país, muita gente. Não parava de chegar gente no ponto de ônibus e os ônibus vinham lotado e nós com nossas malas no meio daquela multidão.

Não havia informação que tínhamos que ter moedas no ônibus, se a passagem é 1,20 e vc não tem moedas o jeito é pagar 2 dolares. O sistema não permite troco, olha que país incrível...tem um sistema INFLEXÍVEL.  No ônibus lotado lá fomos nós com nossas malas, as pessoas usam cartão tipo o nosso bilhete único e eu cheguei a ver algumas pessoas não pagarem a passagem...isso me chamou a atenção, mas é tanta gente que não sei se alguém controla quem paga ou não.

Isso porque se trata de um país com regras muito claras espalhadas por todos os cantos (foto ao lado), até a fruta típica deles "durians" é proibido de comer.

Chegamos no metrô e para mim seria um parto descobrir tudo o que o Mário em alguns poucos minutos descobriu, tinha que adquirir cartão em um lugar, depois carregar em outra fila e a estação lotada de gente apressada e muitas pessoas impacientes. Preciso fazer uma observação que o Mário tem uma capacidade e facilidade de se adaptar rapidamente aos lugares, em poucos minutos ele já era um nativo singaporense!

Chegamos no bairro Clark Quay e no nosso hostel, depois de subir 4 andares de escada eu cheguei na recepção e falei "good morning" e eis a resposta: "passport" do dono da hospedagem. Mal cheguei e o cara não consegue nem ao menos responder ao meu bom dia...isso já foi me deixando irritada. Expliquei que tivemos uma pequena mudança na reserva e avisamos com 30 horas de antecedência por email, mas o dono me explicou que de acordo com a REGRA eu teria que ter avisado com 48 horas de antecedência sobre a mudança da reserva e não com 30 horas. Aí foi o estopim pra mim, fiquei irritadíssima. É muito difícil eu me irritar e minha recepção em Singapura foi assim. Ficou muito claro como a princípio me pareceu um país com pessoas INFLEXÍVEIS. O sistema de ônibus ser inflexível é até compreensível...mas o ser humano ser inflexível...fiquei irritada.

Enquanto o Mário me esperava resolver o problema ele tentou sondar outra hospedagem mas até o Mário começou a se irritar com os singaporenses. Voltei e disse que teríamos que aceitar a regra mesmo contrariada mas só entraríamos no quarto as 14h e eram 9h da manhã. O Mário e eu fizemos questão de chegar as 14h para ocupar o quarto e qual nossa surpresa. As 14h o quarto não estava pronto...ou seja, contraditório num país de regras, só as 14h30 ocupamos o quarto. Nisso eu não parava de falar: Mário, estamos numa província e não num país, isso é uma província...

Mas nada como almoçar bem para relaxar desse stress inicial, passeamos pelo bairro China Town de Singapura e logo começamos a pirar com a diversidade de coisas e pessoas no local.

Até que finalmente encontramos um Hawker Center (foto ao lado) que são galpões tipo praça de alimentação que são MARAVILHOSOS, me encantei rapidamente pelos hawker centers.

Muito organizado, limpo e com comidas asiáticas bastante diversificadas mas o melhor de tudo, muito barato. Singapura não é uma cidade barata, é duas posições mais cara que São Paulo, mas a comida nos hawker centers são bem acessíveis.

Depois de almoçar, durmi a tarde toda porque eu já estava bastante cansada da viagem. A noite fomos caminhar nas proximidades do rio da cidade onde tem muitos bares e restaurantes, uma área revitalizada lindíssima.

Nessa região pude perceber a imensa quantidade de ocidentais, muito provavelmente são expatriados que trabalham nas multinacionais da região. Pude perceber a felicidade estampada na cara dos expatriados, rindo, bebendo, se divertindo em plena quarta-feira a noite com uma temperatura agradabilíssima.

Para fechar o primeiro dia em Singapura me deparei com casa noturna e obtive a informação que naquele dia mulher entrava de graça. Voltei mais tarde e tive outra surpresa, não só a festa era de graça como a bebida também....hahahaha Meu dia foi totalmente ganho, comecei a amar Singapura! Minha única festa da viagem foi de graça, me diverti muito. Meu equilíbrio que fui buscar na Ásia foi para o espaço nesta noite...hehehe Mas como diz a própria cultura asiática, não existe o equilíbrio sem os desequilíbrios! Ainda bem! hehehe

O X da questão sobre o problema de Singapura que o senhor me falou é justamente as pessoas que alí vivem, uma coisa são os locais e outra coisa são os expatriados. O senhor que me inspirou a ir a Singapura me falou a seguinte frase sobre os locais (e não sobre os expatriados):
"As pessoas não são felizes em Singapura". Fica a provocação e a reflexão. Isso requer mais um post!

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