Ir ao cinema e contemplar através da tela a dor, o sofrimento, a alegria, a magia, a esperança, o outro, o ser humano, o mundo, o desconhecido é praticamente inexplicável.
O cinema deve ter um significado próprio para cada pessoa, mas tem que ter um significado. Cada filme é uma sensação nova e diferente e as críticas variadas.
Nesta semana pude assistir a dois filmes belíssimos. O primeiro, “Biutiful” sob a direção de Alejandro Gonzalez-Inarritu e “Lixo extraordinário” com Lucy Walker, João Jardim e Karen Harley.
Biutiful, que se passa na “perifa” de Barcelona é mais do que esplêndido.
O ator Javier Bardem, que acaba de passar para o topo da minha lista de atores favoritos, expressa no cotidiano de uma cidade mergulhada de imigrantes, principalmente africanos e chineses, o preconceito, a exploração, a corrupção e a inanição humana.
Um homem que com seus dois filhos e um relacionamento super conturbado com a mãe deles, se vê em estágio terminal de uma doença (o câncer) e tenta através do submundo da pirataria chinesa, subornar guardas para que os imigrantes ilegais africanos possam vender os produtos chineses. Enquanto o filme mostra essa realidade cruel, a dor, a vida, a morte e amor são discutidos durante o filme fazendo com que possamos degustar a amarga e doce desventura de viver.
Mas isso é um filme para a vida, vale MUITO a pena conferir e sentir....
Pude conferir também o filme Lixo Extraordinário! O artista plástico Vick Muniz vai até Jardim Gramacho em Duque de Caxias (RJ) e entra no mundo do maior aterro sanitário do mundo.
O que ele fez ali foi algo fantástico e o modo como o documentário acontece nos sensibiliza para mais esta parte do mundo esquecida por todos nós e onde vai parar tudo aquilo que julgamos desnecessário para nossa vida e que essas pessoas transformar em coisas reutilizáveis e podem SOBREVIVER neste mundo em que para alguns as flores são de plástico e não morrem! O cheiro deste lugar não é bom e por isso somente uma rosa de plástico conseguiria sobreviver.
O que encontramos ali são pessoas super engajadas em prol da sua luta, trabalho e sobrevivência. Pessoas que pensam, que choram, que lêem e que não deixam a esperança morrer.
As obras de arte que Vick fez são belas e fez com que a vida dessas pessoas pudesse ser expressa para o mundo de uma forma doce. O sorriso e as lágrimas de cada um deles ao se ver em um “quadro” vale cada segundo do filme.
O que dói mais em país é a extrema desigualdade social em que vivemos. Espero um dia escrever sobre isso de outra forma.
Só como outra dica, na 33ª mostra internacional de cinema de SP o filme chamado “Outro Mundo” mostrou o submundo das Filipinas, exatamente em um lixão. Vale cada segundo!
Agradecimentos à dona do Blog Geoiarinha que permitiu a publicação deste texto!
Fernanda Lopes Sortanji
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Geoiarinha escrevendo:
1) Fê, é sempre um prazer publicar seus textos, mi blog es su blog, sinta-se sempre em casa!
2) Aguardo mais textos como o da sua análise comparativa da simpatia do povo da Suécia e da Colômbia! ;-)
3) Adorei, obrigada pelo post!
Um luxo! Fiquei morrendo de vontade de participar da próxima sessão. Ah, adorei a Iarinha, mi blog es su blog. Fica valendo para o meu tb se quiser contribuir por lá. Besos para as duas.
ResponderExcluirFran
Gostei das dicas! Abraço, Greta
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