Experiência na Cidade do México e arredores - Segundo tempo

Se tem alguém que eu senti muita falta na Cidade do México foi do meu divertidíssimo e engraçadíssimo amigo Marcelo que nessas férias foi conhecer várias cachoeiras no Centro-Oeste Brasileiro. Eu já vi as fotos dele, cada vez me convenço mais de que o Brasil é o país mais lindo e com uma riqueza de paisagens imensurável que eu conheço. Terei que conhecer essas cachoeiras de perto...hehehe

Bom, lembrei desse meu amigo porque ele daria muita risada com as coisas que nos aconteceram no México. Alugar carro na cidade do México, por exemplo, requer alguns cuidados. É o único lugar, que eu conheço, em que você pega e devolve o carro com o tanque vazio, isso na Hertz uma das maiores locadoras de carro do mundo. É muito comum ver carros muito antigos rodando na Cidade do México assim como em Buenos Aires, e talvez por essa razão as condições em que você pode pegar o carro não seja das melhores. Nesse ponto, essas cidades caboclas deveriam aprender com São Paulo..hehehe Aqui a fiscalização é mais rigorosa e jamais vai acontecer como aconteceu na Cidade do México de alugar um carro com pneu careca em que o gasto foi tanto que dava pra ver a filbra de aço do pneu. Obviamente, depois de rodar mais de 600Km o pneu furou e para a nossa decepção o pneu step estava tão careca quanto o que furou! Pior que furar o pneu é o perigo de rodar por aí com pneu careca e acontecer um grave acidente. Essa coboclisse não poderia acontecer na Cidade do México, mas acontece.

Fomos parados 2 vezes pelos policiais, na primeira vez em Acapulco passamos com o semáfaro amarelo. Até onde eu sei, em qualquer lugar do mundo no amarelo pode passar...pois então, o guarda queria nos multar porque passamos no amarelo. Ele disse que poderíamos ter causado um acidente. Discutimos um tempão com o guarda que queria nos cobrar uma fortuna de multa e depois ele disse que daria 50% de desconto. Argumentamos muito, estávamos inconformados com a situação até que em um determinado momento o Ivan falou que nós éramos estudantes e que não tínhamos dinheiro....hahaha O guarda nos liberou! Fomos bem brasileiros, insistimos muito e vencemos pelo cansaço! hehehehe Mas não tinha nenhum cabimento aquela multa. Os policiais perceberam que nós éramos estrangeiros, ainda mais com o Ivan conduzindo que parece um finlandês loiro típico! Enfim, essa foi uma situação tipicamente cobocla!

Mas umas coisas positivas nessa aventura até Acapulco, a estrada é muito boa, com vários pedágios, e o combustível absurdamente barato, graças a PEMEX! Me decepcionei um pouco com Acapulco, me senti chegando na periferia do Rio de Janeiro à noite lotado de pessoas com morro por todos os lados. Levamos um tempão até encontrar um hotel, quase que ficamos em algum dos morros de Acapulco. Achamos uma pousada aconchegante com piscina, tudo bem que a água estava um pouco turva...hehehe mas a dona era extremamente simpática ainda mais quando ela soube que o Ivan era filho de basco e a dona da pousada era viuva de um basco... aí pronto, ganhamos até bebida de graça! hahaha

Na volta para a cidade do México no último dia do ano, eu comecei a passar muito mal..um mal estar, uma dor de barriga terrível...comecei a querer ir ao banheiro de 15 em 15 minutos....hehehe A estrada era longa, parecia que não chegava nunca na Cidade do México e eu morrendo de dor! O pneu furou no meio da estrada, fomos parados por policiais novamente e pra completar pegamos um trânsito terrível na chegada a Cidade do México.

Meu mal estar deve ter sido por eu ter comido muitos pratos feito nas barraquinhas de rua ou não...esse prato eu comi num restaurante em Taxco. Eu sei que eu não deveria comer comida de rua mas eu adoro provar o que os locais comem. Além disso eu não estou acostumada com pimenta e o México é o país da pimenta. É incrivelmente absurdo que eles colocam pimenta em TUDO desde pratos salgados a pratos doces e além disso eu vi muitas crianças comendo muita pimenta. Mesmo quando eu pedia um prato sem pimenta tinha um pouquinho de pimenta, pra eles é como se fosse o sal pra nós brasileiros. A diferença é que os mexicanos colocam pimenta até na salada de fruta, nunca tinha visto isso!

Encontramos um restaurante que tinha no cardápio uma ceia de ano novo com bacalhau, lentilha e etc... a Alina queria tanto ceiar que encontramos um restaurante. Foi a bacalhoada mais engraçada que eu já vi na vida com pedaços gigantescos de pimenta. A Alina que é filha de portugueses ficou em estado de choque! Eu não sabia se eu chorava ou dava risada, uma vez que você está no México não tem como fugir da pimenta...onde você menos esperar ela estará lá para picar! O Mário foi o único que amou a comida mexicana, eu fiquei boba de ver como ele comia com gosto aqueles pratos apimentadíssimos! Acho que o Mário deixa o Tom Kime no chinelo!

No primeiro dia do ano eu só podia ir em lugares com acesso rápido e fácil ao banheiro, fomos no Wal Mart...hahaha Eu aproveitei e fui na farmácia ver se tinha algum santo remédio para a minha situação. Fiz uma consulta no balcão e a farmacéutica mexicana me receitou um remédio para tomar de 8 em 8 horas e me disse que eu ia me sentir melhor dentro de 24 horas...hahaha A Alina que é farmacéutica ficou boba com a cena, sem contar que salgadinho junto com remédio deixou a Alina impressionada também. Isso é proíbido no Brasil, comida junto com remédio! Eu fiquei com a impressão de que se a nossa ANVISA estivesse na Cidade do México, a cidade toda seria interditada! hahaha Segundo o Mário o México é a Índia na versão latina...até os carros tuc tuc tem na Cidade do México! hehehe Foto acima a pimenta e o PICOT para dar uma aliviada no estômago! hehehe Obrigada Mário e Alina que cuidaram de mim nessa minha situação de fraqueza, vocês são TUDO!! Claro que eu tive que escutar as piadinhas...toda hora eles me ofereciam comida mexicana...hahaha Mas vou reestabelecer minha apreciação a comida mexicana....em São Paulo..hahaha no restaurante mexicano muito bom que tem perto da av. paulista!

Apesar dessas histórias, o povo mexicano é muito alegre, alto astral, simpáticos como o senhor ao lado que trabalha com uma energia que motiva só de olhar. Acho que foi o país que eu mais vi pessoas simpáticas e animadas por metro quadrado. Eles são sorridentes, prestativos...quando sabem que somos do Brasil eles parecem que passam a gostar mais ainda de nós e nos tratar melhor ainda. Me senti maravilhosamente bem nesse sentido. Não senti perigo embora minha amiga tinha dito pra tomar muito cuidado...nada que assuste quem mora em São Paulo. Uma pessoa que não está acostumada com grandes metrópoles pode estranhar, mas é bem tranquilo andar por alí! Infelizmente não fui na maior favela do mundo que fica na Cidade do México, um local disse que nem ele tem coragem de chegar perto, eles chamam de cidades perdidas e não recomendou de forma alguma ir lá! Mas do ônibus na volta das pirâmides do Teotihuacan eu vi um mar de casas de autoconstrução semi-acabadas!

Na volta ao Brasil ficamos 6 horas na Cidade do México e pude reencontrar uma amiga que eu tinha conhecido em Bariloche e conhecer suas filhas, elas são super simpáticas, adorei elas. Adorei minha tequilinha de regalo!!! Elas nos levaram ao Wal Mart porque nós queríamos levar alguns ítens que só tem no supermercado do México. Adoramos o queijo Oaxaca, só tem lá e é muito bom, era a única coisa que não tinha pimenta e que eu consegui comer numa boa! Cada um levou uma pecinha do queijo oaxaca para sentir um pouquinho mais do queijo mexicano nas nossas casas, que é excelente!

Mas fica uma lembrança muito boa na minha visita nesta gigantesca cidade nessa minha saga de querer conhecer as maiores cidades do mundo. Adorei conhecer a Cidade do México, muitos contrastes sociais e espaciais mas com um povo muito simpático! Pra quem gosta da diversidade e de conhecer culturas novas como eu, é uma cidade que vale muito a pena conhecer.

OBS: Na rede de fast food KFC que entramos na Cidade do México não se aceita cartão de crédito, só dinheiro. Achei absurdo isso! Na rede de pizza Dominos eles já estavam aceitando...recentíssimo! Como não ter máquina de cartão de crédito. Tudo bem que um ano atrás quando fui a Paris o sistema de débito automático e cartão com chip estavam começando e a operadora de caixa não sabia como fazer ainda...fiquei em choque também! Em todos os quiosques no litoral do estado brasileiro mais pobre que é Alagoas se aceita cartão de débito, crédito com ou sem chip e mais se tiver. Deve ser por isso que economia brasileira cresce e passaremos essas cidades caboclas...hahaha Caboclisse nível altíssimo!