Esse post me ocorreu porque eu troquei o layout do blog com vários livros ao fundo e eu amo livros, decidi escrever sobre bibliotecas e livros. A foto ao lado é a biblioteca cidade de São Paulo que fica no local onde antes era o presídio do Carandiru e hoje é esse lugar lindo ao lado do metrô. Há computadores, jogos, livros, revistas, mesas, sofás e um acervo imenso. Essa biblioteca não deve absolutamente nada para nenhuma biblioteca que conheci em outros países. Essa e a biblioteca do Parque Vila Lobos são públicas e administradas pelo estado. Fácil de se cadastrar e acessar inclusive revistas internacionais.
Eu aprendi na minha escola pública municipal Duque de Caxias a frequentar uma biblioteca. Quase todos os meses íamos na biblioteca para escolher um livro ou escutar uma história e fazer atividades de escrita. Eu adorava esses momentos. Vocês acreditam que um dia falaram de um concurso e iam escolher um texto da sala, o meu foi selecionado, mas não avançou muito nas outras fases.
Lembro também de uma vez um texto meu ter sido selecionado para ser colocado na parede naquele papel bem enorme para todos da sala lerem, morri de vergonha. A vergonha era porque escrevi uma história de amor por um menino que eu achava lindo, ele se chamava Jefferson e estudava na sala do meu irmão. Na minha história, fizemos pic nic no Ibirapuera num domingo. Meu pai me levava para fazer pic nic no Ibirapuera e isso depois de muito tempo descobri que é bem paulistano. Na minha historinha obviamente não tinha meu pai...hehe Não lembro como foi a narrativa da minha história....mas quando vi enorme na parede colocado pela professora, achei super legal.
Sim, estimular a leitura desde as séries iniciais é fundamental para o desenvolvimento de qualquer criança. As crianças precisam ler, escutar histórias, criar suas próprias histórias e o resultado disso tudo foi uma semente de amor que nasceu pela leitura.
No meu ensino médio, escola pública estadual Firmino de Proença os professores pediam trabalhos que tinham que ser pesquisados obrigatoriamente na biblioteca. Formar um grupo e organizar para ir um dia à tarde pós aula era um super acontecimento, envolvia pegar ônibus, metrô, chegar na biblioteca, pesquisar, tirar cópias, sentar nas mesinhas, discutir sobre o assunto e principalmente dar muita risada com minhas amigas de escola. Olha, uma sensação de liberdade e ao mesmo tempo de conforto.
Aí quando chegou na fase do cursinho, minha relação com a biblioteca foi definitivamente assumida. Foi na biblioteca do Centro Cultural Vergueiro que eu decidi que ia aprender e entender física. Eu sofri demais quando não passei na USP na minha primeira tentativa e física tinha sido meu ponto mais fraco. Eu peguei todos os livros de física e achei um que tinha as respostas, então eu resolvia e verificava se estava certo com todos os cálculos. Ter feito isso me deu uma segurança tão grande no meu aprendizado que até hoje quando decido entrar na biblioteca, eu só saio quando aprender o que eu me proponho a aprender.
Quando eu viajo e sem querer comento com alguém que não posso falar porque estou na biblioteca, algumas pessoas se assustam comigo e já escutei: "você está viajando e vai na biblioteca?" Parece até que sou um extraterrestre, mas eu nem ligo porque quem mais se beneficia com a leitura de livros da biblioteca, sou eu mesma e meus alunos que aprendem com o que eu aprendo. Algumas muitas vezes eu nem comento porque eu sei que muitas pessoas não entendem, mas sou viciada em bibliotecas.
É muito triste escutar jovens pós graduandos dizer que não gosta de estudar numa biblioteca, essa fala me assusta bastante. Eu entendo que muita coisa tem na internet, mas o ambiente de biblioteca é único, enriquecedor e empodera aquele que senta e se propõe a aprender. Mas fico feliz quando por exemplo ano passado uma aluna minha quando passamos pela biblioteca Mário de Andrade, depois de uns dias ela veio me perguntar mais detalhes de como frequentar e onde ficava. As crianças e jovens aprendem com o exemplo e hábito, se forem estimulados, a relação com a biblioteca acontece, mas se os adultos não frequentarem, as crianças e jovens não vão se sentir atraídas naturalmente. O estímulo vem de nós adultos, da nossa prática e digo mais, é um passeio surpreendente com um custo zero e aprendizado máximo.
Então minha sugestão é tire um dia para conhecer uma biblioteca da sua cidade ou que existe perto da sua casa seja em qual país você vive. Eu tenho certeza que você pode se surpreender com a possibilidade de se apropriar de materiais que podem fazer você ver o mundo de uma outra forma.
Eu tenho algumas histórias pessoais engraçadas e desesperadoras que já vivenciei em bibliotecas em alguns lugares do mundo, nos próximos posts eu conto mais.
Eu tenho algumas histórias pessoais engraçadas e desesperadoras que já vivenciei em bibliotecas em alguns lugares do mundo, nos próximos posts eu conto mais.
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