quarta-feira, 28 de março de 2012

Café da manhã na Ásia e no Brasil


Eu amei minha viagem a Ásia mas há uma coisa que eu não gostei de jeito nenhum, foi o café da manhã na Tailândia, Malásia e Singapura.


A foto ao lado foi do nosso café da manhã em Bangkok, todos os dias era a mesma coisa, não tem aquela variedade que estamos acostumados no Brasil. Esse pãozinho era até razoável depois daí era só pão de forma com uma margarina horrível. A nossa pior margarina no Brasil é o normal no sudeste asiático.

Eu lembro que quando chegamos em Singapura o Mário que é pessoa mais sossegada e tranquila do mundo e nunca reclama de nada disse: "Não aguento mais ver pão de forma com margarina na minha frente". Eu obviamente morri de rir...hahaha

Mas tivemos uma surpresa boa, depois de eu tanto insistir que queria conhecer a praia artificial de Singapura (Sentosa beach) na estação Sentosa nos deparamos com algo que parecia uma miragem: A Bread Talk. Quando eu vi fiquei emocionada porque lembrava a minha querida padaria Itiriki na Liberdade onde moro, eu diria que é igualzinha. Entramos enloquecidamente para comprar alguma coisa para tirar o gosto de pão de forma com magarina que nos perseguiu no sudeste asiático inteiro. Quem for a Ásia e estiver sofrendo com os péssimos cafés da manhã dalí vão até a Brad talk matar a saudade de variedades de pães doces e salgados, dica de sucesso e satisfação! Eu juro que achei que era uma miragem quando vi a Bread Talk...hehehehehe
Acima temos o Mário com suas aqusições de pãezinhos dignos muito parecidos com o que estamos acostumados em São Paulo. Ainda bem que os meninos aceitaram ir a Sentosa beach...senão voltaríamos decepcionados ao Brasil com os cafés da manhã na Ásia. O Mário já conhecia essa rede, disse que é muito famosa no sudeste asiático e que a matriz é em Singapura mesmo e existe desde 2000, ou seja, não faz tanto tempo assim. A bread talk é uma rede espalhada por vários países da Ásia, compensa o péssimo café da manhã oferecido pelas hospedagens. Mesmo quando fomos num hotel chic em Ao Nang o café da manhã era decepcionante.
 A foto ao lado é do café da manhã na Turquia, para os padrões da viagem esse era um café digníssimo e o detalhe perto do ovo, tem QUEIJO, um queijo muito saboroso. Que a produção leiteira seja abençoada na Turquia, eu estava começando a sofrer com a falta de queijo no sudeste asiático. Por isso que gosto de país grande com forte produção leiteira.

Tenho que dizer que amei a Turquia, amei Istambul, amei demais a gastronomia turca e amei a cia área deles a Turkish airlines, uma das melhores que já viajei até agora. A Turkish está de parabéns, era a mais barata para ir a Ásia, o serviço era 100% com pessoas super simpáticas e o cardápio era bastante variado e as bebidas também, podia escolher qual país eu queria o vinho. É a melhor relação custo-benefício para viajar para a Ásia, não é a tôa que a receita $$ dessa cia cresce ano a ano. Já é para mim a melhor cia aérea que eu já viajei!
 
Essa é uma foto de um café tipicamente brasileiro, esse é o padrão  básico que tem em qualquer hotel ou hostel simples. Não pode faltar presunto, queijo, mamão papaya, suco de laranja, um bolinho e pão de queijo, isso é o que eu considero mínimo no Brasil. Claro que há ainda lugares que colocam pão integral, queijo minas e peito de peru que eu também adoro....bem diferente do café da manhã no sudeste asiático! hehehe Mas isso não é um problema do sudeste asiático, nos nossos países vizinhos Argentina, Chile, Peru, Bolívia e até México era bem fraquinho o café da manhã. Na Europa também não era lá essas coisas, tudo muito básico até demais.

Viva o café da manhã no Brasil e na Turquia! E a existência da Bread talk também!

sábado, 24 de março de 2012

Ser feliz ou não, eis a questão!

 "Singapura é perfeita, mas tem um problema: as pessoas não são felizes"

Essa foi a frase de um senhor adorável que conheci num avião. O ponto de vista do senhor que falou essa frase é de alguém que mora em Salvador de frente para a praia, ama o Brasil e conhece muito bem as paisagens do nosso território, tem família, tem muitos amigos, tem empresa própria e viaja sempre pelo mundo. Os laços culturais desse senhor no Brasil são no mínimo fortes. Quando ele chegou em Singapura e viu todo aquele desenvolvimento ele ficou encantado assim como eu fiquei. Mas o que esse senhor fez foi tentar se colocar no lugar de um nativo de Singapura e tentar imaginar como é viver lá, isso se chama empatia, ou seja, se colocar no lugar do outro. 

Nesse exercício, ou seja, praticar a empatia é muito difícil porque você tem que anular os seus próprios conceitos prévios e imaginar que você vive lá do zero, como se estivesse começando tudo novamente. Mesmo para um exercício mental isso é difícil porque não conseguimos anular nossas experiências culturais prévias por muito tempo. Tudo isso para dizer que para quem tem como referência cultural, de amigos e familiar com o Brasil, nas condições muito similares aos do senhor de Salvador realmente as pessoas de Singapura não são felizes.

O que pensa quem escreve nesse blog?  Acredito que é perfeitamente possível sim ser feliz em Singapura, assim como em Bangkok, Hanoi, Jakarta, Phnon Penh, Manila, Kuala Lumpur, Hong Kong ou qualquer outra cidade do mundo DESDE que você tenha referências culturais, familiares e de amizade. Sem esses três pilares fica muito difícil ser feliz. Se um indivíduo se sente motivado a cada dia que acorda com esses 3 elementos, será feliz em qualquer lugar deste planeta.

Eu não consigo me ver feliz em Singapura porque meus laços com o Brasil são muito fortes em todos os sentidos possíveis e imagináveis. O senhor de Salvador também não consegue se ver feliz em Singapura, por isso ele falou aquela frase. A psicologia explica que se você não consegue se adaptar ao meio você precisa procurar um lugar que se adapte a você. Quis o destino que eu me adapatasse bem ao Brasil e não preciso procurar um outro lugar para viver minha vida e ser feliz. 

O lugar perfeito não existe, todos para mim tem pontos positivos e negativos, saber lidar com ambos e tendo os 3 pilares você consegue viver muito bem em qualquer lugar, é o meu ponto de vista. Não adianta ter família de um lado, amigo do outro lado do planeta, e a cultura em outro país...os 3 lementos espalhados pelo mundo não dão coesão ao indivíduo, meu ponto de vista. Conheci muitas famílias de estrangeiros morando no Brasil e super felizes, ou seja, se adaptaram ao Brasil.

Talvez eu pudesse ser feliz em outro país, mas pelas minhas viagens pelo mundo só me fazem chegar a conclusão. Quanto mais eu viajo mais eu amo Brasil, mais eu sinto orgulho do nosso território, mais eu me emociono quando vejo as Cataratas do Iguaçu na minha frente junto com minha família. No avião de volta ao Brasil, o avião passsou pela região dos lagos no Rio de Janeiro, eu quase chorei de emoção. O Rio de Janiero, aquela baía de Guanabara, a Amazônia, a Mata Atlântica, as praias infinitas e lindas. É algo que não consigo explicar porque simplesmente é o meu país onde eu cresci e aprendi a amar e que eu ensino.

Aprender e ensinar sobre o Brasil não são tarefas fáceis, mas que me gratifica e me motiva a cada dia, por isso  e outras coisas me considero uma pessoa feliz, e o senhor de Salvador também!

sexta-feira, 16 de março de 2012

Adeus Aziz Ab'Saber!

"É PRECISO SE LEMBRAR QUE NINGUÉM ESCOLHE O VENTRE, A LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA, A CONDIÇÃO SOCIOECONÔMICA E A CONDIÇÃO SOCIOCULTURAL PARA NASCER. NASCE ONDE O ACASO DETERMINAR. POR ISSO, TEMOS QUE CUIDAR DE TODOS AQUELES QUE ESTÃO EM TODOS OS RECANTOS DESTE PAÍS".
 Aziz Ab'Saber (Geográfo)

Morreu hoje o maior Geógrafo que o Brasil já produziu, uma grande referência para diversos pesquisadores e gerações, uma pessoa a frente de seu tempo. Confesso que estou triste, ele era simplesmente um gênio, alguém que me hipnotizava nas palestras e ainda me hipnotiza nos seus livros. Tive a oprtunidade enquanto aluna de Geografia assistir várias palestras do Aziz. 

Houve um dia que ele ia dar uma aula na famosa sala 9 e nesse dia levei meu livro para ele autografar na hora do intervalo. Nesse momento eu  fiquei esperando para ver quem seria o primeiro a pedir autógrafo e como ninguém foi, lá fui pedir meu autógrafo. Depois de mim, um monte de gente começou a tirar o livro dele da mochila para autografar também! Ele sempre foi muito simples, falava de seu livro, tecia comentários de quais circunstâncias ele escreveu para qualquer pessoa que chegasse perto dele. Ele não fazia distinção, todos eram absurdamente bem tratados por ele.

Há tanta gente no mundo que com um pequeno estrelismo já se torna arrogante, o Aziz era o oposto, era um gênio e sempre tratou muito bem todos com uma simplicidade digna de ser aprendida e ensinada a todo mundo. A simplicidade é típica de quem é gênio, e praticar a simplicidade não é tarefa fácil. O Aziz praticou a simplicidade até o fim da sua vida.

Nunca vou me esquecer de como ele falava mal de médicos, agora eu consigo entender e concordar perfeitamente com ele. A arrogância é muito forte entre os médicos de maneira geral, é regra! O Aziz era absurdamente humano e se irritou diversas vezes com médicos, ele sempre falava disso. Parece até uma ironia, um cientista que elaborou entre tantas teorias uma classificação de relevo ser mais humano que um médico que lida diretamente com o ser humano.

Toda vez que passo em frente a faculdade de Direito do Largo S. Francisco eu me lembro do Aziz. Coincidentemente eu passei hoje e me lembrei de quando numa tarde de sábado lá estava o Aziz tirando fotos e eu fui lá conversar com ele. Não era toda hora que se encontrava um gênio como o Aziz perambulando por São Paulo, é inesquecível esse dia pra mim!

Ficam as lembranças, as histórias, os autógrafos e seus ensinamentos que levo comigo na minha profissão, na minha vida e no meu exercício diário de ser um ser humano mais humano.

PS.: O blog Geoiarinha está em luto!