quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Filme iraniano na mostra internacional!


Mais uma vez um filme iraniano me surpreendendo! Agora é fato, os filmes iranianos são excelentes, todos que assiti até agora são muito bons. Ontem eu estava em dúvida entre assistir um filme iraniano e um egípcio...optei pelo egípcio Ibrahim porque não conhecia, mas se arrependimento matasse....

Enfim, O apedrejamento de Soraya era um dos que eu e a Fê mais aguardávamos assistir e superou ainda mais nossas expectativas. Vamos à minha análise do filme. Que a mulher é considerada inferior ao homem é fato desde que o mundo é mundo e mesmo hoje dia 29 de outubro de 2009 não é diferente. Em algum lugar do nosso planeta com certeza haverá senão uma pelo menos muitas que sofrem algum tipo de hostilidade.


O filme foi baseado num fato real que aconteceu em 1986 num povoado iraniano. Quando eu li a sinopse eu pensei que o filme ia contar a história de uma mulher que se apaixona por um outro homem que não fosse o marido e por isso ela seria apedrejada. Mas o causo é pior que isso. Soraya é uma mulher que teve 2 meninos e 2 meninas, bonita, simpática e muito sorridente. Todos no vilarejo sabiam pelo seu comportamento que ela era uma mãe e esposa fiel aos filhos e marido.

O marido por sua vez aprontava, ficava com outras e queria se casar com outra mulher e todos sabiam disso, ele circulava pela cidade com outra mulher e tudo bem. Mas na cultura islâmica, segundo o filme, o marido teria que pagar pensão caso quizesse se divorciar da mulher. Como o marido não queria pagar a pensão a única maneira dele se livrar dessa situação era arranjar um jeito de incriminar a esposa Soraya de adultério. Ela nunca cometeu adultério mas como o marido precisava de um bom motivo para não pagar pensão ele espalhou um boato de que Soraya tinha traído ele. De acordo com as leis islâmicas a mulher que comete adultério é condenada ao apedrejamento em praça pública. Pelas pesquisas que fiz essa prática ainda é comum em países como Irã, Afeganistão, Paquistão e Somália.


A mulher é enterrada até a altura da cintura e a partir de uma distância começa o apedrejamento. Tem que ser pedras pequenas porque precisa ser uma morte dolorida e aos poucos.
No filme mostra que os filhos homens também apedrejam a mãe, aliás mostra que desde pequenos os meninos devem tratar a mulher com inferioridade. Mostra o filho gritando com a mãe e defendendo o pai...afff um horror!



A tia de Soraya consegue contar essa história para um jornalista um dia depois do apedrejamento para ser contada ao mundo todo. Até o último minuto o filme é surpreendente, que sacadas fantásticas eles têm de até o fim te deixar tensa. Uma cultura em que a mulher não tem vez e nem voz. Por mais certa e excelente conduta que ela tenha ela sempre será de alguma maneira vista como culpada. Soraya pediu provas que a incriminassem mas era ela que tinha que provar sua inocência. Era a conduta dela contra a voz de todos os homens que a condenavam devido aos boatos que o próprio marido inventou para não pagar a pensão. Ao invés de pagar pensão o problema pode ser resolvido com o apedrejamento, não é fácil assim...como se a mulher fosse um ser descartável.
Não que a cultura ocidental seja exemplo de prática de boas maneiras porque não é mas sei lá acho que esse mundo está com problemas sérios de identidade enquanto seres humanos.
Enfim, esse filme deixa qualquer mulher, principalmente, com muita raiva! Assistam!
OBS: Pra quem ficou com vontade de ver o trailler segue o link http://www.mostra.org/exib_filme.php?filme=62

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