quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Índia: motivação psicológica e espiritual

Durante o vôo de Addis Ababa para Mumbai eu mal consegui dormir, a expectativa de chegar nessa megacidade era muito grande pra mim! Eu lembro que ficava olhando admirada 2 anos atrás quando eu acompanhei uma brasileira no aeroporto de Istambul que ia para a Índia e vi todos aqueles indianos, naquela época eu fui para a Tailândia.  No vôo de volta as várias conversas com as pessoas que tinham acabado de voltar da Índia me deixava muito curiosa e admirada sobre o país. Existe um misticismo muito grande quando se fala em Índia e sem dúvida uma das civilizações mais antigas do mundo e que podemos tirar um grande aprendizado, esse é meu objetivo na Índia, aprender!

Sem dúvida nenhuma, tenho muito claro que visitar a Índia requer uma grande fonte de motivação! É preciso estar preparado psicologicamente para muitas situações e saber qual o sentido que você quer que essa viagem tenha na sua vida. Já ouvi relatos de pessoas que não aguentaram ficar 5 dias no país e agora vendo tudo aqui eu tenho muita clareza sobre este país e que realmente pode ser bastante chocante para nós ocidentais. Eu conversei com pelo menos umas 10 pessoas entre amigos e conhecidos de viagens e todos os que conversei já haviam viajado para muitos outros lugares antes. Para mim a Índia é o 24 país...então era a minha hora de conhecer esse país.

Quando decidi ir a Índia eu confesso que estava num momento de decisão pessoal sobre o sentido que queria dar a minha vida e isso aconteceu em junho de 2013 quando completei 32 anos. Acho que chega um momento da vida que não dá pra deixar o leme seguir qualquer direção e eu precisava focar e fazer acontecer o que efetivamente eu quero para minha vida. Comecei a ter muito claro tudo o que quero pra minha vida de uma maneira muito objetiva como nunca antes costumava pensar e isso me deu frutos positivos e negativos também. Muitas coisas do que eu quis na época não deram certo porque não dependiam de mim, mas quando as coisas dependem de mim mesma, tudo tende a dar certo. Comprei minha passagem para a Índia e nessa aventura meu super e melhor amigo Mário e meu irmão toparam essa viagem comigo. A partir de então, eu coloquei que pra mim mesma que ia me dedicar a aprender mais sobre o meu verdadeiro eu e sabia que a cultura indiana me daria várias respostas e caminhos para meus questionamentos e  seria um leme na direção certa do caminho que quero trilhar para minha vida daqui pra frente.
 
Comecei a fazer muitas anotações e muitas vezes não conseguia entender uma porção de coisas sobre a cultura indiana...me sentia ainda meio despreparada para a Índia. Pensei em fazer um curso de dança indiana para entender mais sobre a cultura mas por conta de agenda complicada desisti. O ponto da virada aconteceu em Outubro quando minha amiga Fernanda me apresentou a amiga dela que havia morado um ano num ashram na Índia, ela se chama Doris.

 
 
Não acredito em coincidências mas não por acaso foi fundamental ter conhecido a Doris em outubro. Fiz várias perguntas sobre a experiência dela na Índia e não por acaso eu havia acabado de ler o capítulo da Índia do best seller Comer, Rezar e Amar. A Doris ficou no mesmo ashram que a escritora do livro (Elizabeth Gilbert), muito anos antes inclusive. Portanto coincidiu a minha leitura com conhecer alguém que havia morado um ano lá. Eu estava curiosíssima para saber sobre  o canto da Guru Gita que a escritora do livro falava tanto mal quando a Doris me convidou para conhecer o Centro de Meditação em São Paulo e que exatamente no dia seguinte haveria esse canto. No dia seguinte lá estava eu no centro de meditação acompanhando esse belíssimo canto em sânscrito com tradução em português. Me senti profundamente atraída pelo lugar e passei a frequentar efetivamente o centro de meditação sidda yoga e a fazer vários cursos de meditação indiana.
 
A meditação sidda entrou efetivamente na minha vida e estou apenas no começo,  mas o mais legal disso tudo foi que comecei a encontrar o sentido espiritual que faltava na minha vida. Além disso, minha nova amiga Doris aceitou o meu convite para a minha viagem a Índia e que nesta viagem está me explicando absolutamente tudo. Eu sigo rigorosamente todos os gestos e presto muita atenção em todos os movimentos dela e faço muitas perguntas. Seria muito mais difícil sem ter alguém para explicar tantos rituais, simbologias e procedimentos que existem na cultura indiana, é muito difícil e tem milhões de simbologias. Nada como uma expert e professora de meditação indiana para agregar muito valor ao nosso grupo, foto abaixo (Indiano, Ronaldo, eu, Mário e Doris)!
 
Uma coisa bastante interessante da minha nova amiga Doris é que ela morou na Índia em 1994 e agora depois de 20 anos ela tem uma visão das grandes transformações que aconteceram, principalmente em Mumbai onde ela já conhecia muita bem, já que morou muito perto dalí.
 
 
Eu precisava fazer essa introdução porque tudo o que vou relatar está sendo desse grande aprendizado que estou tendo com minha nova amiga. Todos os dias desde que cheguei a Índia eu estou aprendendo bastante, basicamente minhas férias são aulas diárias in loco sobre cultura, religião, divindades, gastronomia, temperos e comportamento indiano. Vou tentar na medida do possível dividir um pouco aqui no blog todo esse aprendizado, embora talvez ainda vai ficar faltando muita coisa, mas entendam que é a partir de alguém que ainda está aprendendo, um ponto de vista do momento. Estou anos luz de distância de ser um especialista em cultura indiana, mas na medida do possível vou escrevendo minhas singelas impressões. Se alguém que conhece bem a cultura indiana ver que escrevi bobagens, me perdoa e se possível comente para que eu possa refletir melhor.
 
Até o próximo post!

3 comentários:

  1. Que lindo Iara!! Revivo mi viaje a traves de tu relato. Saludos a Ronaldo y beso para vos!

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  2. Coincidência ou não como você já disse, antes do seu post, na virada do ano estive no Vale do Matuto em Aiuruoca, que além das comunidades alternativas, no alto do pico dos Pedros, olhando para toda aquela imensidão me fez repensar algumas decisões que tomei até agora, e ao retornar assistir o filme Comer, Rezar, Amar, e agora você me vem com essa. Tô bolado !!!
    "Afinal de contas, você é o que você pensa. As suas emoções são escravas dos seus pensamentos, você é escravo de suas emoções."

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  3. Amiga, estou impressionada com tudo que você esta vivendo! Imagino que esta viagem irá mudar a sua vida. Estou indo para o Brasil em breve e quero saber todos os detalhes de tudo! Namaste! :)

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